A psicóloga Ana Estrada foi a primeira pessoa a morrer por eutanásia no Peru. A advogada dela informou, nesta segunda (22/04), que a mulher exerceu “o seu direito fundamental a uma morte digna”. Ana sofria desde os 12 anos de polimiosite, uma doença incurável e degenerativa que provoca fraqueza muscular progressiva.
Em julho de 2022, a psicóloga de 45 anos conseguiu a autorização da Suprema Corte do Peru para ser submetida à eutanásia. A realização foi aprovada por quatro favoráveis e dois contrários. Assim, a Justiça peruana ordenou que o Ministério da Saúde respeitasse a decisão de Ana.
“No domingo, 21 de abril de 2024, Ana Estrada exerceu o seu direito fundamental a uma morte digna e acedeu ao seu procedimento médico de eutanásia. Ana morreu nos seus próprios termos, conforme a sua ideia de dignidade e em pleno controle da sua autonomia até o final”, afirmou a advogada dela, Josefina Gayoso, através de comunicado.
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De acordo com a advogada, o procedimento aconteceu tendo como base o “Plano e Protocolo de Morte Digna”, aplicável ao caso de Estrada e aprovado pelo Seguro Social de Saúde do Estado peruano. Ela disse que Ana “partiu agradecida a todas as pessoas que ecoaram a sua voz”.
“Ana tornou-se o rosto dessa causa justa que visa defender a dignidade do princípio ao fim e a liberdade de decidir sobre nossas vidas e nossos corpos. (…) O caso de Ana permitiu que a Justiça peruana reconhecesse, pela primeira vez em sua história, que todos temos o direito de morrer com dignidade”, contou Gayoso.