O embaixador brasileiro, Breno de Souza, tem 15 dias para deixar a Nicarágua após uma decisão tomada pelo atual presidente do país, Daniel Ortega. A informação aconteceu por meios de comunicação locais.
Segundo as informações divulgadas, a expulsão do embaixador do país acontece após Breno de Souza ter apresentado suas credenciais ao Itamaraty sandinista em agosto de 2022, com a ausência do embaixador no evento que marcou os 45 anos da Revolução Sandinista, comemorado pelo presidente Daniel Ortega.
Conforme o Itamaraty, o embaixador não atendeu ao evento por conta do congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. O governo Lula decidiu congelar as relações por um período de um ano em retaliação à perseguição do governo de Daniel Ortega a padres e bispos. O Brasil pedia que o governo nicaraguense soltasse bispos presos no país desde 2022.
O aviso de expulsão do embaixador em Manágua foi comunicado ao Brasil há duas semanas. Desde então, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro tem se esforçado para reverter a situação.
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Conforme divulgado, a tensão aumentou ainda mais após o presidente Ortega não responder ao pedido de Lula pela libertação do bispo Rolando José Álvarez, crítico de Ortega. O governo brasileiro ainda não confirmou a expulsão, mas as relações entre Brasil e Nicarágua tinham se intensificado há algumas semanas. Há uma semana, a embaixada brasileira recebeu uma queixa formal do governo nicaraguense e a ameaça de expulsão do embaixador.
Grupos de direitos humanos acusaram Ortega de atacar líderes da Igreja Católica desde os protestos e uma tentativa de golpe em 2018. Os religiosos foram convocados pelo governo para mediar protestos antigovernamentais que se tornaram violentos com a morte de mais de 300 pessoas.