Uma moradora de 77 anos da província rural de Shandong, na China, morreu após contrair uma infecção parasitária rara e grave, conhecida popularmente como ameba “comedora de cérebro”.
Pela dificuldade no diagnóstico e o atraso para início do tratamento, a doença apresenta alta taxa de mortalidade, com óbito em 95% dos casos. O caso foi publicado pela revista científica Heliyon, em 15 de março deste ano.
A chinesa deu entrada no hospital em 2022 com tonturas e fraqueza. Os primeiros exames mostraram lesões no cérebro, então os médicos suspeitaram inicialmente de um tumor metastático. Após nove dias internada e piora no quadro, a equipe médica fez uma punsão lombar, em que foi diagnosticado a encefalite amebiana balamuthia, (B. mandrillaris). Apesar das medidas agressivas de tratamento, o estado da paciente piorou rapidamente.
Estudos médicos sobre infecções intracranianas por B. mandrillaris, revelam apenas 10 sobreviventes entre mais de 150 casos relatados em todo o mundo.
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A ameba “comedora de cérebro”
A balamuthia, B. mandrillaris, são protozoários de vida livre, encontrados principalmente na natureza. Ele prospera em vários ambientes, como: na água doce, no solo e até mesmo na poeira. A transmissão ocorre através do trato respiratório ou lesões cutâneas, com a disseminação pela corrente sanguínea, podendo invadir o sistema nervoso central, a pele, os pulmões e os olhos.
Esses patógenos normalmente levam à disfunção generalizada e fatal do sistema nervoso central, os sintomas incluem: febre, dores de cabeça, vômitos, letargia, estado mental alterado, convulsões e fraqueza são apresentações neurológicas predominantes.
O primeiro caso relatado ocorreu em 1986, após a morte de um babuíno mandril no Parque de Animais Selvagens de San Diego, nos Estados Unidos. Desde então já foram detectados em humanos nos EUA, na Argentina, Colômbia, Venezuela e até mesmo no Brasil. O tratamento ideal para a doença ainda segue incerto.