Juan Guaidó, ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que vive exilado nos Estados Unidos, teve mandado de prisão expedido pelo Ministério Público venezuelano, nessa quinta-feira (5).
Guaidó é um dos principais adversários do regime chavista e acusado oficialmente de vários crimes, incluindo lavagem de dinheiro, traição, usurpação de função, desvio de títulos e bens públicos.
Quando líder da Assembleia Nacional, Guaidó presidiu um “governo interino” da Venezuela, reconhecido pelos Estados Unidos e Alemanha, entre outros países.
O governo interino de Guaidó foi dissolvido em dezembro, por decisão da maioria dos partidos da oposição, que o apoiavam. Em abril de 2023, ele foi deportado da Colômbia para os Estados Unidos.
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O procurador-geral Tarek William Saab alegou que Guaidó utilizou recursos da PDVSA (a petrolífera estatal), acrescentando que se baseou em “revelações fornecidas à imprensa “por um tribunal federal dos Estados Unidos”.
Saab explicou, citando documentos do tribunal de Delaware, nos EUA, que Guaidó usou recursos da petrolífera estatal PSDVSA em proveito próprio e “obrigou” uma filial da empresa a aceitar termos de refinanciamento que causaram “perdas à nação de 19 bilhões de dólares”, o que “resultou na perda quase definitiva da Citgo”, empresa petrolífera venezuelana nos EUA.
Autoridades pedem prisão
O governo venezuelano afirma ter 27 investigações diferentes em curso sobre Guaidó, mas esta é a primeira vez que solicita a sua prisão.
Em declarações a jornalistas, Saab afirmou que procuradores solicitarão “um Aviso Vermelho à Interpol para que ele pague por seus crimes”.
“Usando a figura de um governo fictício, causou prejuízos ao Estado venezuelano”, disse o procurador.
Usando a plataforma X (antigo Twitter), na mesma quinta (5), Guaidó recorreu às redes sociais para denunciar uma “perseguição física e moral” da oposição. “O regime ataca novamente com uma de suas armas favoritas: o sequestro da justiça”, denunciou Guaidó.
*Com informações Metrópoles