James Harrison, conhecido como o doador de sangue mais prolífico do mundo, faleceu aos 88 anos no último dia 17 de fevereiro, enquanto dormia na Casa de Repouso Peninsula Village de New South Wales. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (3/3), pela BBC.
Por muitos anos, o australiano foi considerado um herói após seu sangue raro salvar a vida de mais de 2,4 milhões de bebês, conforme informações da Cruz Vermelha Australiana Lifeblood.
O sangue de Harrison continha um anticorpo raro, o Anti-D, que é usado para fazer medicamentos dados a mães grávidas cujo sangue corre o risco de atacar seus bebês ainda não nascidos.
Esse tratamento previne a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (DHRN), uma condição grave que ocorre quando o sistema imunológico da mãe ataca os glóbulos vermelhos do bebê devido a uma incompatibilidade de tipo sanguíneo, podendo levar a anemia, insuficiência cardíaca e até a morte do feto.
Harrison prometeu se tornar um doador após receber transfusões durante uma grande cirurgia torácica quando tinha 14 anos. Ele começou a doar seu plasma sanguíneo quando tinha 18 anos e continuou fazendo isso a cada duas semanas até os 81.
Saiba mais:
Conheça irmã de Oruam, que é cantora gospel e interpreta músicas escritas por ‘Marcinho VP’
Motorista embriagado mata jovem de 27 anos em acidente no DF
Em 1999, recebeu a Medalha da Ordem da Austrália por sua dedicação, e em 2005, ele teve o recorde mundial de mais plasma sanguíneo doado — um título que manteve até 2022, quando foi ultrapassado por um homem nos EUA.
A Cruz Vermelha Australiana Lifeblood, onde Harrison era um doador pioneiro, estima que mais de três milhões de doses de Anti-D com seu sangue foram distribuídas desde 1967, beneficiando cerca de 45 mil mães e bebês anualmente no país.
Não se sabe ao certo como o sangue de Harrison se tornou tão rico em Anti-D, mas se especula que as transfusões recebidas na adolescência possam ter desencadeado essa rara característica.
*Com informações da BBC News.