Maduro pede “paz” e critica ações militares dos EUA: “Não à guerra louca!”

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante evento em 12 de outubro de 2025 — Foto: Frederico Parra/AFP
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo por paz nesta quinta-feira (23/10), em meio ao aumento das ações militares dos Estados Unidos na região do Caribe.
Em um discurso transmitido pela TV estatal, o líder venezuelano pediu — em inglês — que não haja uma “guerra maluca” na América do Sul.
“Yes peace, yes peace, forever peace. No crazy war! Não à guerra louca!”, declarou Maduro durante uma assembleia com sindicatos ligados ao chavismo.
Desde agosto, os Estados Unidos têm intensificado operações navais no Caribe e no Pacífico, com o envio de contratorpedeiros, um submarino nuclear, barcos de forças especiais e caças F-35.
As embarcações participaram de nove bombardeios contra supostos navios de tráfico de drogas, resultando em 37 mortes, segundo o Departamento de Guerra americano.
Maduro classificou as ofensivas como “ameaça e assédio” e afirmou que os EUA buscam mudança de regime para se apropriar do petróleo venezuelano.
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No mesmo dia, o presidente Donald Trump disse que estuda ações militares terrestres contra cartéis de drogas, sem mencionar diretamente a Venezuela. Segundo ele, o tema será discutido com o Congresso americano, mas não exigirá uma declaração formal de guerra.
O anúncio foi feito após o nono ataque naval dos EUA, que atingiu uma embarcação no Oceano Pacífico, deixando três mortos.
ONU critica bombardeios
As operações americanas têm sido duramente criticadas por especialistas e pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em relatório divulgado nesta semana, um grupo independente nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos afirmou que os bombardeios violam o direito internacional e configuram execuções extrajudiciais.
Os especialistas apontaram que as ofensivas violam a soberania dos países sul-americanos e quebram “obrigações internacionais fundamentais” que proíbem o uso da força em águas internacionais.
“Mesmo que as alegações de combate ao narcotráfico fossem comprovadas, o uso de força letal sem base legal adequada viola o direito do mar e constitui execuções extrajudiciais”, afirma o relatório.
*Com informações de G1 mundo e AFP.






