Em discurso feito em Paris nesta sexta-feira, 23, na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de ameaça as exigências feitas pela União Europeia (UE) para a finalização de um acordo com o Mercosul. O encontro conta com a presença de 40 líderes internacionais.
Em seu discurso, Lula afirmou:
“Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta. Mas é preciso que a gente comece a discutir.
Não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como é que a gente vai resolver isso?”.
Ele continuou:
“Queremos criar novos blocos para negociar com a UE. E aí, me desculpem Banco Mundial e FMI [Fundo Monetário Internacional], precisamos rever o funcionamento. É preciso ter mais dinheiro, é preciso ter novas direções, mais gente participando da direção. Não podem ser os mesmos.
Querido companheiro Macron, obrigado por essa reunião. E se prepare porque estou com mais vontade de brigar nesses próximos três anos em que vou presidir o Brasil. Obrigado e boa sorte”.
No evento, Lula sentou ao lado do presidente da França e anfitrião, Emmanuel Macron.
Lula também atacou a configuração do Conselho de Segurança da ONU e insistiu que blocos como o G20 ou G7 precisam atrair os “diferentes”.
Em essência, com seu discurso, o presidente brasileiro sinaliza uma mudança na política externa do Brasil, focada numa busca por uma transformação do sistema internacional.