Nesta segunda (31/3), a líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen foi condenada pela Justiça do país por desvio de recursos e ficou inelegível, impedida de disputar cargos públicos por cinco anos.
A decisão marca um revés catastrófico para Le Pen, chefe do partido Reunião Nacional (RN) e líder nas pesquisas de opinião para a disputa presidencial de 2027.
Le Pen, o RN e duas dezenas de figuras do partido foram acusados de desviar milhões de euros de fundos do Parlamento Europeu entre os anos de 2004 a 2016, para pagar funcionários baseados na França. A defesa deles argumentou que o dinheiro foi usado de forma legítima e que as alegações definiram de forma muito restrita o que um assistente parlamentar faz.
Outros oito deputados do RN também foram condenados, e estima-se que o escândalo tenha dado um prejuízo de 2,9 milhões de euros (R$ 18 milhões) aos cofres públicos.
Hoje, o RN é o maior partido da Assembleia Nacional, com 123 dos 577 deputados. A acusação afirma que o partido na época estava em dificuldades financeiras e por isso fez o desvio de verbas.
Os juízes também deram a Le Pen uma sentença de quatro anos de prisão – dos quais dois anos são uma sentença suspensa – e uma multa de 100 mil euros. Ela ainda pode apresentar recurso, mas a sentença de inegibilidade já está em vigor por meio de uma medida chamada de “execução provisória” solicitada pelos promotores, e só será revogada se qualquer recurso for mantido antes da eleição. Ela mantém sua cadeira parlamentar até o final do mandato.
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A condenação de Le Pen e abalo na política francesa
Geralmente, as apelações na França podem levar meses ou até anos. A inegibilidade de Le Pen está sendo apontada por analistas como um momento decisivo na política francesa.
Desde sua primeira derrota para o atual presidente Emmanuel Macron em 2017, Le Pen tem trabalhado pacientemente para suavizar sua imagem, levando seu partido para o mainstream político e se esforçando para aparecer como uma líder em espera, em vez de uma oponente radical antissistema.
Agora, com sua impossibilidade de concorrer às eleições, espera-se que presidente do RN, Jordan Bardella, braço direito de Le Pen de 29 anos, se torne o candidato de fato do partido para a eleição de 2027.
Com informações de Agência Brasil e Folha de S. Paulo.