O Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou às Forças Armadas nesta quinta-feira (6/2) que preparassem um plano para permitir a “saída voluntária” dos moradores da Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pela mídia israelense e repercutiu na agência de notícias Reuters.
A instrução do ministro acontece dois dias após fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: Na terça (4), o mandatário declarou que os Estados Unidos planejam assumir o controle de Gaza, reassentar os palestinos que lá vivem e transformar o território na “Riviera do Oriente Médio”. No dia seguinte, a Casa Branca recuou após a repercussão negativa.
Em fala à TV israelense, Katz disse:
“Eu apoio o ousado plano do presidente Trump, os moradores de Gaza devem ter a liberdade de sair e emigrar, como é o normal em todo o mundo”.
Ao ser perguntado para onde os palestinos poderiam ir, Katz respondeu:
“Países como Espanha, Irlanda, Noruega e outros, que fizeram acusações e falsas alegações contra Israel por suas ações em Gaza, são legalmente obrigados a permitir que qualquer residente de Gaza entre em seus territórios”.
O plano de Katz incluirá opções de saída por travessias terrestres, além de arranjos especiais para partida por mar e ar, informou o Canal 12.
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Entenda o caso
A polêmica fala de Trump, dita na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, foi amplamente condenada pela ONU e por várias potências. Rússia, China e Alemanha afirmaram que a realocação dos palestinos geraria “novos sofrimentos e ódios”. O Brasil também condenou a proposta.
A Arábia Saudita rejeitou a proposta de forma categórica, e o rei da Jordânia, Abdullah, que se reunirá com Trump na Casa Branca na próxima semana, disse na quarta-feira que rejeitava qualquer tentativa de anexar terras e deslocar palestinos.
A Faixa de Gaza está praticamente destruída após a recente guerra entre Israel e o grupo Hamas, e se encontra em cessar-fogo para troca de reféns e prisioneiros.
*Com informações de G1