Um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgado nesta quinta-feira (18/01), afirma que Israel entrou para lista de países autoritários que configuram a lista dos “piores carcereiros de jornalistas”, colocando-se no mesmo nível do Irã.
Os piores infratores foram a China e Mianmar, dois países com uma longa história de supressão da liberdade de expressão, onde cada um prendeu mais de 40 jornalistas em 2023. Foram seguidos pela Bielorrússia, pela Rússia e pelo Vietnã.
Pela primeira vez na história, em sexto lugar aparece Israel depois de o CPJ ter registrado 17 jornalistas palestinianos nas suas prisões em dezembro. O número atualizado em janeiro subiu para 19 detidos. Outros foram detidos e libertados. O Irã também prendeu 17 jornalistas.
“A posição de Israel no censo prisional de 2023 do CPJ é uma prova de que uma norma democrática fundamental (a liberdade de imprensa_está a desgastar-se à medida que Israel explora métodos draconianos para silenciar jornalistas palestinianos. Essa prática deve parar”, disse ela.
O CPJ afirmou que os jornalistas palestinianos são, na sua maioria, detidos sob os poderes dos militares israelitas para deter pessoas nos territórios ocupados sem julgamento ou limite de tempo. A prática, conhecida como detenção administrativa, permite ao exército prender uma pessoa apenas sob suspeita. Alguns palestinos foram detidos durante anos sem acusação.
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O grupo israelense de direitos humanos B’Tselem disse que é quase impossível montar uma defesa contra a detenção.
“A pessoa é detida sem procedimento judicial, por ordem do comandante militar regional, com base em provas sigilosas que não lhe são reveladas. Isto deixa os detidos desamparados, enfrentando alegações desconhecidas, sem forma de refutá-las, sem saber quando serão libertados e sem serem acusados, julgados ou condenados”, afirmou.
“As detenções preventivas prolongadas e o tratamento cruel são comuns, enquanto alguns governos, como a Rússia e a Etiópia, chegaram a perseguir jornalistas além-fronteiras. No Vietnã, no Egito e noutros países, mesmo após a sua libertação, os jornalistas continuam a enfrentar proibições de viagem, outras restrições de movimento e medidas que efetivamente restringem a sua liberdade”, afirmou o relatório.
*com informações The Guardian