Em uma carta divulgada nesta semana, Craig Mokhiber, então diretor do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU em Nova York, renunciou ao cargo afirmando que o que estão fazendo na Faixa de Gaza é “genocídio” e que a ONU não conseguiu impedir.
No documento endereçado a seu chefe, o austríaco Volker Turk, Craig disse que:
“Mais uma vez, estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a Organização a que servimos parece impotente para impedi-lo. O mundo está assistindo. Todos nós seremos responsáveis por nossa posição nesse momento crucial da história”.
O agora ex-funcionário também acusou os Estados Unidos, o Reino Unido e os países europeus de darem cobertura política e diplomática, os chamando de “cúmplices”.
“A ONU não tem coragem de dizer que está acontecendo realmente um genocídio. Os governos do Estados Unidos, do Reino Unido e de grande parte da Europa são cúmplices. A imprensa ocidental está desumanizando continuamente os palestinos para facilitar o genocídio e transmitindo propaganda de guerra e defesa do ódio nacional, racial ou religiosa o que constitui incitação à discriminação, hostilidade e violência”.
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Após a publicação da carta, o secretário de imprensa do secretário-geral da ONU ressaltou que Mokhiber se aposentará a partir desta terça-feira (31) e que as opiniões expressadas são pessoais do agora ex-funcionário.
“Craig Mokhiber, membro da equipe do Escritório de Nova York, informou à ONU em março de 2023 sobre sua aposentadoria. As opiniões contidas em uma carta tornada pública hoje são as opiniões pessoais do funcionário, cuja aposentadoria entra em vigor amanhã. A posição do Escritório sobre a grave situação nos Territórios Palestinos Ocupados e em Israel está refletida em nossos relatórios e declarações públicas”.