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Ex-presidente da Suprema Corte do Nepal assume como primeira-ministra interina

A escolha ocorreu após a renúncia do premiê K.P. Sharma Oli, do Partido Comunista
Ex-presidente da Suprema Corte do Nepal assume como primeira-ministra interina

(Foto: X/ @sudheerktm)

A jurista Sushila Karki, ex-presidente da Suprema Corte do Nepal e reconhecida por sua atuação contra a corrupção, tomou posse como primeira-ministra interina nesta sexta-feira (12/9), tornando-se a primeira mulher a chefiar o governo do país.

A escolha ocorreu após a renúncia do premiê K.P. Sharma Oli, do Partido Comunista, pressionado por uma onda de protestos anticorrupção que deixaram 51 mortos e mais de 1.300 feridos em menos de uma semana.

Segundo o gabinete do presidente Ramchandra Paudel, a decisão foi tomada após negociações com o chefe do Exército, Ashok Raj Sigdel, e representantes do movimento “Geração Z”, que lidera a mobilização popular. O anúncio veio acompanhado da dissolução do Parlamento e da convocação de novas eleições para 5 de março de 2026.

As manifestações começaram após a tentativa do governo de proibir redes sociais, medida rapidamente revogada. Ainda assim, a repressão violenta intensificou a revolta. Na última terça-feira (9/9), manifestantes incendiaram o prédio do Parlamento e residências de políticos em Catmandu, mesmo após Oli comunicar que deixaria o cargo.


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O movimento ganhou força com jovens nascidos entre 1997 e 2012 e foi determinante na escolha de Sushila Karki, vista pelos líderes dos protestos como um nome de confiança.

“Ela representa honestidade e integridade”, afirmou Ojaswi Raj Thapa, porta-voz dos manifestantes.

Única mulher a presidir a Suprema Corte nepalesa, cargo que ocupou entre 2016 e 2017, Karki estava aposentada. Mesmo assim, foi o nome mais citado pelos protestos como alternativa de liderança para a transição.

Em Catmandu, sua posse foi celebrada com aplausos de apoiadores durante cerimônia oficial. Enquanto isso, familiares ainda aguardavam a liberação dos corpos das vítimas da repressão.

“Enquanto os amigos desistiram, ele decidiu continuar”, disse Karuna Budhathoki, tia de um jovem de 23 anos morto nos protestos. Outro manifestante, Ashab Alam Thakurai, 24, havia se casado um mês antes de morrer.

Com cerca de 30 milhões de habitantes, o Nepal enfrenta instabilidade política e econômica desde a queda da monarquia, em 2008. A falta de empregos força milhões de nepaleses a buscar trabalho no exterior, sustentando o país por meio de remessas.

Nesta sexta, sinais de normalidade começaram a aparecer: comércio reaberto, carros de volta às ruas e policiais substituindo armas de fogo por cassetetes. Ainda assim, bloqueios e patrulhas militares persistiam em alguns pontos da capital.

*Com informações da Folha de São Paulo.