Nos Estados Unidos, uma mulher cuja condenação foi anulada após cumprir 43 anos de uma sentença de prisão perpétua foi libertada na sexta-feira (19/7): Sandra Hemme, de 64 anos, deixou uma prisão em Chillicothe, no Missouri. Segundo sua equipe jurídica da ONG Innocence Project (Projeto Inocência), ela foi a mulher que ficou presa injustamente por mais tempo nos EUA.
Sandra cumpria pena perpétua após ter sido condenada pelo assassinato da bibliotecária Patricia Jeschke, ocorrido em 1980, em St. Joseph, no estado do Missouri. A condenação, entretanto, foi revertida em junho deste ano.
Segundo a Innocence Project, os únicos elementos que a relacionavam ao crime cometido há mais de quatro décadas eram declarações prestadas enquanto ela era tratada em um hospital psiquiátrico e estava sob efeito de medicação. O tribunal do condado de Livingston reanalizou o caso e concluiu que realmente não havia evidências para ligá-la ao crime, além das suas próprias declarações.
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Porém, a libertação de Sandra encontrou oposição devido a crimes que ela teria cometido enquanto estava na cadeia. O procurador-geral Andrew Bailey lutou contra sua libertação nos tribunais.
Ela recebeu uma sentença de dois anos em 1984 por “se oferecer para cometer violência” e por 10 anos em 1996 por atacar um funcionário na prisão com uma lâmina de barbear. O procurador-geral argumentou que Hemme representa um risco de segurança para si mesma e para os outros e que ela deveria começar a cumprir essas sentenças agora. Porém, suas alegações não foram aceitas pelo tribunal.
Ao sair da prisão, Sandra não falou com a imprensa. Ela se reencontrou com a família, uma irmã, filha e a neta. Ela disse à neta:
“Você era apenas um bebê quando sua mãe me enviou uma foto sua. Você parecia exatamente como sua mãe quando era pequena e ainda parece com ela”.
Com informações de G1 e Metrópoles.