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Como o resultado da eleição na Argentina pode impactar na relação com o Brasil

Os argentinos precisam decidir neste domingo (19/11) quem será o novo ocupante da Casa Rosada, o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, ou o radical de direita Javier Milei, que ocupa o cargo de deputado. A eleição para presidente no país vizinho chega à reta final em meio ao desgaste de uma alta inflação e aumento da pobreza. Nessa semana, a taxa de inflação no país bateu 142,7%, a maior em 32 anos.

O resultado da eleição polarizada poderá impactar na relação entre Brasil e Argentina caso Milei vença. Segundo especialistas em Relações Internacionais, a relação entre os dois países pode esfriar, mas descartam um rompimento entre Brasil e Argentina.

“É uma incógnita”, diz Regiane Bressan, professora de Relações Internacionais da Unifesp.

“Muito embora eu ache que ele [Milei] não vá conseguir colocar tudo em prática, nem dolarização da economia, nem fechamento do Banco Central, as relações com o Brasil podem ficar adormecidas”, comenta.

“Assim como ocorreu durante o governo Bolsonaro no Brasil, as relações políticas com a China deram uma estremecida, porém as relações econômicas se mantiveram”, analisou Rafaela Mello Rodrigues de Sá, mestre em Relações Internacionais e professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A solução proposta por Milei para a inflação seria a dolarização, ou seja, fechar o Banco Central Argentino, parar de usar o peso como moeda oficial e adotar o dólar norte-americano. Além disso, as promessas de campanha do candidato incluem deixar o Mercosul e paralisar laços com países tidos por ele como “comunistas”, o que incluiria Brasil e China.


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Apesar dos argentinos estarem voltados para questões internas nos dias antes da eleição, a relação do país com o Brasil entrou em pauta no último debate entre os candidatos.

Massa, em referência às críticas de Milei sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que a política externa não poderia ser “regida por caprichos” e alertou para impactos de até “2 milhões de empregos a menos”, com boicotes ao Brasil, China e Mercosul.

Massa aposta em um discurso que o Estado ainda é necessário para garantir serviços universais. Ele é próximo de outros governos de esquerda da América do Sul, promete resolver a situação olhando para os direitos sociais, principalmente da população mais pobre.

“Se o Massa vencer, já sabemos como é o padrão da política externa argentina. É de bom relacionamento com os vizinhos e valorização do Mercosul”, afirmou Flavia Loss, professora de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

A relação entre Brasil e Argentina, até o momento se dá pelas exportações com diversidade de produtos.

“As exportações são diversificadas, em particular de produtos industriais, enquanto a China tem mais agropecuários e minérios”, compara o professor e pesquisador de Relações Internacionais da Universidade de Fortaleza, Philippe Gidon.

“Por outro lado, o Brasil continua a ser o principal comprador de produtos argentinos, tornando a manutenção de uma boa relação mais importante para a Argentina do que para o próprio Brasil”, finaliza.

A última pesquisa do Atlas Intel, único instituto a dar Massa como vitorioso no primeiro turno, coloca Milei na frente. A diferença é apertada: 52,1% do deputado contra 47,9% do ministro. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Já o levantamento do Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag) mostra o peronista à frente do ultraliberal, com uma distância de pontos pequena de 50,8% contra 49,2%, respectivamente. Nesse caso, como a margem de erro varia entre 0,9% e 2,2%, os dois candidatos estariam tecnicamente empatados.

São pesquisas das últimas semanas, pois elas são proibidas na reta final da eleição no país vizinho.

A única certeza é de que essas eleições presidenciais devem ser uma das mais acirradas da história da Argentina.

De acordo com as leis argentinas, o resultado preliminar só pode ser divulgado três horas após o fim das eleições. Como as urnas fecham às 18h, o desfecho parcial da votação só será disponibilizado às 21h e o eleito deve ser conhecido nesta segunda-feira (20/11).

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O resultado da eleição polarizada poderá impactar na relação entre Brasil e Argentina caso Milei vença. Segundo especialistas em Relações Internacionais, a relação entre os dois países pode esfriar, mas descartam um rompimento entre Brasil e Argentina.

“É uma incógnita”, diz Regiane Bressan, professora de Relações Internacionais da Unifesp.

“Muito embora eu ache que ele [Milei] não vá conseguir colocar tudo em prática, nem dolarização da economia, nem fechamento do Banco Central, as relações com o Brasil podem ficar adormecidas”, comenta.

“Assim como ocorreu durante o governo Bolsonaro no Brasil, as relações políticas com a China deram uma estremecida, porém as relações econômicas se mantiveram”, analisou Rafaela Mello Rodrigues de Sá, mestre em Relações Internacionais e professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A solução proposta por Milei para a inflação seria a dolarização, ou seja, fechar o Banco Central Argentino, parar de usar o peso como moeda oficial e adotar o dólar norte-americano. Além disso, as promessas de campanha do candidato incluem deixar o Mercosul e paralisar laços com países tidos por ele como “comunistas”, o que incluiria Brasil e China.


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Massa aposta em um discurso que o Estado ainda é necessário para garantir serviços universais. Ele é próximo de outros governos de esquerda da América do Sul, promete resolver a situação olhando para os direitos sociais, principalmente da população mais pobre.

“Se o Massa vencer, já sabemos como é o padrão da política externa argentina. É de bom relacionamento com os vizinhos e valorização do Mercosul”, afirmou Flavia Loss, professora de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

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“As exportações são diversificadas, em particular de produtos industriais, enquanto a China tem mais agropecuários e minérios”, compara o professor e pesquisador de Relações Internacionais da Universidade de Fortaleza, Philippe Gidon.

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