O grupo mais conservador da Igreja Católica sofreu um revés às vésperas do Conclave que elegerá o novo papa. Dois cardeais alinhados à ala tradicionalista — o espanhol Antonio Cañizares Llovera e o bósnio Vinko Puljic — informaram que não participarão da votação por motivos de saúde. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (23/4) pela agência Associated Press.
Com as ausências, o número de eleitores aptos a votar na Capela Sistina caiu de 135 para 133. Ambos os cardeais têm 79 anos e, embora ainda dentro da faixa etária permitida para voto (até 80 anos), não terão condições de comparecer à cerimônia.
A data oficial de início do Conclave ainda não foi definida, mas a expectativa no Vaticano é de que as sessões comecem a partir de 5 de maio. A eleição será realizada em sigilo absoluto, conforme determina a tradição da Igreja. Para que um cardeal seja escolhido, ele precisará obter ao menos dois terços dos votos — ou seja, 89 dos 133.
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O ritual prevê até quatro votações diárias, com pausas estratégicas em caso de impasse. Se nenhum nome for eleito após três dias, os cardeais interrompem os trabalhos por 24 horas para oração. Caso a indefinição persista após 34 rodadas, os dois nomes mais votados passam a disputar um “segundo turno”, mantendo-se a exigência de dois terços para a vitória.
A maioria dos cardeais votantes no próximo Conclave foi escolhida pelo próprio papa Francisco — 108 no total. Os demais foram indicados por seus antecessores, João Paulo II e Bento XVI.