A Corte Suprema de Justiça da Colômbia emitiu parecer favorável à extradição para o Brasil de um homem acusado de feminicídio. Alef Teixeira de Souza foi preso em agosto de 2023 no aeroporto El Dorado quando chegava da Costa Rica. Ele é o principal acusado do assassinato de Rafaella Cristina Miranda Sales, de 34 anos, em 28 de abril de 2021 no bairro Vila Celeste, em Minas Gerais.
“O acusado, agindo de forma livre, voluntária e consciente, através do uso de asfixia e tortura, com recursos que dificultaram a defesa da vítima e por razões de [a vítima ser do] sexo feminino, matou Rafaella Cristina Miranda Sales, sua companheira, em decorrência de quantidade excessiva de drogas que lhe foram administradas, juntamente com os constantes abusos físicos, refletidos em asfixia por estrangulamento e outras práticas de tortura”, diz o processo obtido pelo EL TIEMPO.
Após o crime, o réu fez uma ligação de emergência informando que a vítima havia sofrido uma overdose, causada pelo uso excessivo de drogas.
“Quando os agentes chegaram à residência, encontraram a vítima caída no chão, com múltiplas lesões por todo o corpo, além de inúmeras gotas de sangue, em gotejamento e projeção, espalhadas por todos os cômodos da casa. Segundo o que foi investigado, o autor e a vítima mantinham uma relação amorosa conflituosa, marcada por ataques constantes, que foram maioritariamente presenciados pelas filhas da vítima”, lê-se num documento da investigação.
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No dia do crime, devido a desentendimentos conjugais, o acusado teria praticado uma série de agressões contra a vítima, atingindo-a com socos e pontapés, provocando ferimentos e hematomas por todo o corpo dela.
Conforme os fatos descritos nos autos, a vítima tentou se defender com as mãos, sofrendo múltiplas lesões no antebraço. Além disso, na tentativa de fugir do agressor, a vítima correu até o primeiro andar da casa, momento em que deixou um rastro de sangue, por projeção e gotejamento, em alguns móveis e no corredor do segundo andar.
“Após reduzir consideravelmente a capacidade de resistência da vítima, através do uso da violência, o agressor injetou-lhe uma quantidade excessiva de cocaína, provocando uma intoxicação aguda, que por sua vez resultou na ruptura de vasos cerebrais, provocando a sua morte”, concluiu a investigação.
Após a morte de Rafaella Sales, o acusado assumiu o controle das redes sociais dela e, se passando pela vítima, enviou mensagens e vídeos para seus familiares afirmando que estava tudo bem.
Além deste crime, o suspeito também responde por participação em tráfico de drogas.
*com informações do O Globo.