O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira (20/12) uma série de mudanças na economia do país. Em discurso em rede nacional após um dia de protestos na capital Buenos Aires, Milei abordou o que chamou de plano de estabilização de choque.
O decreto de reforma econômica acabará com os limites às exportações e autorizará medidas para afrouxar as regulamentações, à medida que seu novo governo combate uma grave crise econômica.
“Hoje iniciamos formalmente o caminho da reconstrução”, disse o presidente argentino, ao lado dos seus 12 ministros de Estado.
Antes de anunciar seu plano, Milei teceu críticas aos governos passados, aos políticos e ao que chamou de “sociedade coletivista argentina”.
“Em uma clara oposição ao espírito de nossa Constituição liberal que pretendia limitar o poder arbitrário do Estado em defesa da vida, liberdade e propriedade dos indivíduos, durante os últimos 100 anos os políticos procuraram expandir o poder do Estado em detrimento dos argentinos de bem. Essa expansão do Estado veio acompanhada da maior destruição de riqueza do nosso país”, disse Milei.
Ao final do pronunciamento, Milei anunciou 30 medidas econômicas para o país.
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Medidas anunciadas
São as medidas e as explicações anunciadas por Milei:
- Revogação da Lei do Aluguel: para que o mercado imobiliário “volte a funcionar sem problemas e o processo seja menos complicado”;
- Revogação da Lei de Abastecimento: para que o Estado “nunca mais ataque os direitos de propriedade dos indivíduos”
- Revogação da Lei das Gôndolas: tem o objetivo de fazer com que o Estado “deixe de se envolver nas decisões dos comerciantes argentinos”
- Revogação da Lei Nacional de Compras, que, segundo Milei, beneficia apenas “determinadas pessoas no poder”
- Revogação do Observatório de Preços do Ministério da Economia: visa “evitar perseguições às empresas”
- Revogação da Lei de Promoção Industrial
- Revogação da Lei de Promoção Comercial
- Revogação da regulamentação que impede a privatização de empresas públicas
- Revogação do regime das empresas estatais
- Transformação de todas as empresas do Estado em sociedades anônimas para sua subsequente privatização
- Modernização do regime de trabalho para facilitar o processo de geração de emprego
- Reforma do Código Aduaneiro, para facilitar o comércio internacional
- Revogação da Lei de Terras para promoção de investimentos
- Modificação da Lei de Combate ao Fogo
- Revogação das obrigações das usinas de açúcar em relação a produção
- Liberação do regime jurídico aplicável ao setor vitivinícola
- Revogação do sistema nacional de comércio mineiro e do Banco de Informação Mineração
- Autorização para transferência do pacote total ou parcial de ações da companhias aéreas argentinas
- Implementação da política de céu aberto
- Modificação do Código Civil e Comercial para reforçar o princípio da liberdade contratual entre as partes
- Modificação do Código Civil e Comercial para garantir que as obrigações contratuais em moeda estrangeira devam ser pagas na moeda acordada
- Modificação do marco regulatório de medicamentos e obras pré-pagas social
- Eliminação de restrições de preços na indústria pré-paga
- Incorporação de empresas de medicamentos pré-pagos ao regime de obras sociais
- Estabelecimento da prescrição eletrônica para agilizar o atendimento e minimizar custos
- Modificações ao regime das empresas farmacêuticas para promover concorrência e reduzir custos
- Modificação da Lei das Sociedades por Ações, para que os clubes de futebol possam se tornar corporações se assim o desejarem
- Desregulamentação dos serviços de Internet via satélite
- Desregulamentação do setor de turismo através da eliminação do monopólio das agências de viagens
- Incorporação de ferramentas digitais para procedimentos de registro automotivo
*Com informações da CNN