Em entrevista ao canal de TV BFM e à rádio francesa RMC, nesta segunda-feira (15/5), o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua preocupação com o que chamou de um ataque iraniano “desproporcional” e pediu ao governo israelense que “evite a escalada” da violência no Oriente Médio.
Macron, convidado para falar sobre os preparativos para os Jogos Olímpicos que se iniciam em 26 de julho, enfatizou que o ataque iraniano representa uma “mudança e uma ruptura profundas”, além de alertar para os perigos de criar um precedente que possa gerar reações em cadeia. Ele sugeriu que Israel busque isolar o Irã como resposta à situação.
“Em vez de tentar atingir os interesses israelenses fora de Israel, os iranianos provocaram Israel dentro de seu território, o que é uma novidade”, analisou o presidente francês.
“Devemos evitar ultrapassar certos limites. É óbvio que a situação, hoje, é muito grave”, continuou, referindo-se a um “risco de conflito regional”, que é ainda maior em meio à guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza.
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No sábado (14/5), Teerã lançou mais de 300 mísseis e drones contra Israel, em retaliação a um bombardeio que destruiu o consulado iraniano em Damasco no dia 1º de abril. O Irã responsabilizou Israel pelo ataque ao seu consulado.
Trégua olímpica
O presidente francês disse ainda que a França vai tentar obter uma “trégua olímpica” nos conflitos internacionais durante as Olimpíadas de Paris.
“Vamos fazer tudo o que pudermos para obter uma pausa olímpica. Vamos trabalhar nisso”, disse o chefe de Estado referindo-se à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, à guerra na Ucrânia e ao conflito no Sudão.
“Esta é uma oportunidade em que tentarei envolver muitos dos nossos parceiros. O presidente chinês virá a Paris dentro de algumas semanas e vou pedir que ele ajude”, completou Macron.
*Com informações RFI e TV BFM