11 de Setembro: câncer ligado à queda das Torres Gêmeas já matou mais que ataque

Os ataques às Torres Gêmeas em Nova York, em 11 de Setembro de 2001 (Foto: ABC News).
Nesta quinta, os Estados Unidos relembram os 24 anos do atentado aos prédios do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Porém, mais de duas décadas depois da queda das Torres Gêmeas, pessoas ainda continuam morrendo por causa do atentado. Quase 50 mil pessoas, entre socorristas e sobreviventes, foram diagnosticadas com cânceres associados às toxinas liberadas nos ataques. O número de mortos pela doença supera o de vítimas daquele dia.
Segundo o Programa de Saúde do World Trade Center, 48.579 pessoas receberam algum tipo de diagnóstico oncológico desde o ataque. O mesmo levantamento aponta que mais de 8.200 inscritos no programa já morreram, sendo 3.767 com câncer confirmado. É mais do que os 2.977 mortos no próprio dia dos atentados.
Câncer de pele não melanoma, próstata e mama estão entre os mais comuns. Além deles, médicos relatam casos de melanoma, linfoma, cânceres de tireoide, rim, pulmão e bexiga, e leucemia. O padrão chama atenção: são doenças de longa latência, que levam anos ou até décadas depois da exposição para se manifestarem.
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De acordo com os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), o colapso das Torres Gêmeas liberou partículas que permaneceram em Manhattan e no Brooklyn por semanas. Dentre as substâncias que foram liberadas, estavam amianto, sílica, metais pesados e fumaça cancerígena.
Além disso, incêndios que seguiram ativos até dezembro de 2001 continuaram a soltar gases até 2002. Estima-se que cerca de 400 mil pessoas foram expostas em graus variados aos contaminantes. Trabalhadores, estudantes, moradores e socorristas respiraram e tocaram resíduos tóxicos diariamente.
A tragédia também deixou marcas na saúde mental: O Programa de Saúde do WTC lista milhares de pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (17.093), além de depressão, ansiedade e síndrome do pânico.
O Programa de Saúde do World Trade Center é hoje o principal suporte para 132 mil pessoas. Criado em 2011, o programa cobre desde câncer e doenças respiratórias até TEPT. O programa promove acesso gratuito a exames, medicamentos e quimioterapia. Porém, os recentes cortes federais promoveram demissões que impactaram o programa, o que pode atrasar diagnósticos e tratamentos. Há projetos no Congresso para estender o financiamento do programa até 2090, mas sem novos financiamentos, parlamentares especulam que atendimentos poderão ser reduzidos já em 2028.
(*) Com informações de UOL.
