Quem imaginaria que aquele momento relaxante no salão, enquanto seca as unhas na cabine de luz UV, poderia esconder riscos para a pele? Um estudo recente do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina, revelou que a luz ultravioleta emitida pelas cabines de secagem de esmalte pode causar alterações químicas nas moléculas cutâneas inclusive na enzima que produz melanina, nossa defesa natural contra os raios solares.
Os pesquisadores publicaram os resultados na revista Chemical Research in Toxicology e apontaram que, mesmo com apenas quatro minutos de exposição (tempo médio de um ciclo de manicure), já são detectadas modificações significativas nas células. O risco? Fotoalergia, fototoxicidade, morte celular e, a longo prazo, até câncer de pele.
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Pequenos ciclos, danos cumulativos
O problema maior não está no uso isolado, mas na frequência e na falta de proteção. As cabines modernas utilizam luz LED UVA, que é menos agressiva que a UVA convencional, mas os efeitos acumulados da radiação ainda preocupam os especialistas.
A dermatologista Ana Carolina Sumam confirma os alertas. “Essa luz pode provocar envelhecimento precoce, manchas, ressecamento e aumentar o risco de câncer de pele. Ela quebra fibras de colágeno e elastina, deixando a pele mais fina e vulnerável com o tempo.”
Como proteger as mãos?
Antes de colocar as mãos na cabine, é importante aplicar protetor solar com FPS 50 ou mais, de preferência com antioxidantes como vitamina C ou E, cerca de 15 a 20 minutos antes da exposição. Também há no mercado luvas especiais que cobrem a pele das mãos, deixando só as unhas de fora, criando uma barreira física contra a radiação.
Depois da manicure: atenção redobrada
O cuidado continua após o procedimento: lavar as mãos para remover resíduos químicos, hidratar com produtos ricos em ácido hialurônico ou ceramidas e, se for sair ao sol, reaplicar o protetor solar.
O ideal, segundo a especialista, é limitar o uso da cabine UV a, no máximo, duas vezes por mês. Para quem tem histórico de câncer de pele, doenças fotossensíveis como lúpus, ou está grávida ou em tratamento com medicamentos fotossensibilizantes (como isotretinoína), o recomendado é evitar totalmente esse tipo de exposição.
Com a popularização dos esmaltes semipermanentes e cabines de secagem caseiras, muitos não sabem dos riscos escondidos. A dermatologista alerta: “A beleza das unhas não deve custar a saúde da pele. Informação e cuidado são as melhores formas de prevenção.”