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Quando “tirar uma onda” virou ser “mandrake”: o choque de gírias entre gerações

19/10/25 às 14:00h
Quando “tirar uma onda” virou ser “mandrake”: o choque de gírias entre gerações

Foto: Rede Onda Digital

Expressões como “fomo”, “tankar”, “juro”, “serviu” e “shade” fazem parte do vocabulário dos jovens e estão em constante evolução. Elas já dominam a internet, as salas de aula e até alguns ambientes de trabalho.

Quando ‘tirar uma onda’ virou ‘ser mandrake’: o choque das gírias entre gerações
Foto: Reprodução

Mas será que os mais velhos estão conseguindo acompanhar essa nova onda de gírias? E os jovens, será que conhecem as expressões mais antigas, como “pagar mico”, “ficar de bode” ou “dar o pulo do gato”?

Quando ‘tirar uma onda’ virou ‘ser mandrake’: o choque das gírias entre gerações
Foto: Rede Onda Digital

O dicionário das gírias de 2025

Com um clique no X, o antigo Twitter, vários memes e linguagens populares formam uma espécie de “dicionário informal” com as gírias mais usadas na internet. Algumas delas incluem:

  • Dropado – algo que foi lançado ou revelado (“A série nova dropou ontem!”)

  • Old: Com certeza, óbvio, reafirmar algo

  • Servir: mandou bem, arrasou
  • Cringe: Algo que é considerado constrangedor ou ultrapassado

  • Full pistola – estar muito bravo ou indignado

  • NPC – pessoa sem personalidade, previsível (referência a personagens de videogame)
  • Farmar – conquistar algo com esforço ou repetição (“Tô farmando seguidores”)

  • Real oficial – confirmação absoluta de algo

  • Mandrake – estilo ousado, influenciado pelo funk e trap

  • Tankar: Não conseguir mais aguentar algo

  • Pprt: Abreviação de “papo reto”

  • Plmdds: Pelo amor de Deus

  • Foi de base: “Base” é usado para se referir a casa. “Ir de base” significa ir embora, e em algumas conotações, pode significar que alguém morreu.

E as gírias antigas?

Palavras como “papagaio” (dívida), “tirar uma onda” (brincar), “ficar de bode” (estar menstruada ou irritada) e “massa” (legal) podem soar estranhas e até engraçadas para os jovens de hoje, mas fizeram parte do vocabulário cotidiano de gerações com mais de 30 anos.

Quando ‘tirar uma onda’ virou ‘ser mandrake’: o choque das gírias entre gerações
Foto: Reprodução

Limites das gírias 

A doutora em Comunicação e Linguagens, jornalista Carla Castello Branco, defende equilíbrio e consciência no uso da linguagem entre estudantes.

“Há momentos para tudo na vida. As gírias, por exemplo, surgiram como uma forma de comunicação restrita e rápida entre grupos sociais específicos, adolescentes, comunidades ou profissionais de determinadas áreas, com o objetivo de facilitar a interação e criar uma identidade. Elas são aceitáveis em contextos informais e podem expressar ideias de maneira simplificada, mas também podem causar ruídos na comunicação, especialmente quando o interlocutor não pertence ao mesmo grupo e não compreende o significado”, explica.

Apesar de reconhecer o papel das gírias em determinados contextos, ela destaca a importância da adequação linguística no ambiente acadêmico.

“Em relação a interferência no aprendizado, ao longo dos meus quase 20 anos de decência sou muito criteriosa e exigente com os meus acadêmicos em relação a uso da comunicação e linguagem. Visto que já presenciei jovens perderem vagas de emprego pela falta de habilidade e competência com as palavras e o uso inadequado das mesmas. As gírias não são proibidas, mas cada pessoa deve ter consciência de quando usar, elas são efêmeras, apesar de eu ter conhecimento que elas fazem parte de alguns contextos culturais, mas utilizo pouco e com cautela. Sou mais adepta à linguagem coloquial e formal”, finalizou.