Frutos do mar, como camarão, siri e lagosta, são alimentos amplamente consumidos, especialmente em regiões litorâneas. No entanto, para algumas pessoas, o que deveria ser uma refeição saborosa pode se transformar em um problema de saúde. A alergia a frutos do mar é uma condição comum e pode provocar reações severas no organismo.
O que causa a alergia a frutos do mar?
A alergia ocorre quando o sistema imunológico identifica determinadas substâncias dos frutos do mar como ameaças, desencadeando uma resposta inflamatória. Os principais grupos de frutos do mar que podem causar alergias são:
- Moluscos: incluem ostras, lulas, mexilhões e polvos.
- Crustáceos: como camarões, caranguejos e lagostas.
A substância mais associada à hipersensibilidade alimentar nesses casos é a tropomiosina, uma proteína presente nos músculos desses animais, que não desaparece com o cozimento. Além disso, outras proteínas, como quinase e arginina, podem provocar reações adversas específicas.
Um ponto importante é que a alergia a frutos do mar não significa, necessariamente, alergia a peixes, pois são alimentos biologicamente distintos. O diagnóstico deve ser feito com acompanhamento médico para identificar quais alimentos devem ser evitados.
Como a alergia se desenvolve?
As alergias alimentares têm se tornado mais comuns no mundo. No Brasil, estima-se que 6% das crianças e 3,5% dos adultos sofram com esse tipo de problema. No caso do camarão, um dos fatores que pode causar reações alérgicas é a presença do metabissulfito de sódio, um conservante utilizado para evitar o escurecimento do alimento.
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Em alguns casos, pessoas sensíveis podem desenvolver reações mesmo sem ingerir o alimento diretamente, apenas inalando vapores durante o preparo.
Principais sintomas da alergia a frutos do mar
Os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem afetar diferentes partes do organismo. Entre os sinais mais comuns estão:
- Pele: erupções cutâneas, coceira, vermelhidão e inchaço.
- Sistema respiratório: falta de ar, tosse, espirros, rouquidão, chiado no peito e, em casos graves, anafilaxia.
- Sistema digestivo: vômitos, diarreia, refluxo e dor abdominal.
- Sistema cardiovascular: palidez, tontura, queda de pressão e desmaios.
Os sintomas normalmente aparecem logo após a ingestão, mas há registros de reações tardias, ocorrendo até oito horas após o consumo.
Como identificar a alergia?
Para um diagnóstico preciso, é essencial consultar um médico alergista, que pode solicitar testes específicos, como o prick test. Esse exame consiste na aplicação de pequenas quantidades da substância suspeita na pele. Caso ocorra vermelhidão ou coceira na área, o resultado pode indicar alergia.
Indivíduos com asma e rinite são mais propensos a desenvolver alergias alimentares, por isso devem redobrar a atenção.
Como evitar reações alérgicas?
A melhor forma de prevenção é evitar o consumo de frutos do mar e ficar atento a possíveis contaminações cruzadas em restaurantes e indústrias alimentícias. Algumas medidas incluem:
- Verificar o modo de preparo dos alimentos: frituras feitas no mesmo óleo de crustáceos podem conter traços da substância alergênica.
- Ler os rótulos de produtos industrializados: desde 2016, a legislação brasileira exige que embalagens informem sobre a presença de alergênicos, como crustáceos. Porém, moluscos ainda não estão incluídos nessa obrigatoriedade, sendo necessário verificar diretamente com os fabricantes.
- Evitar contato com vapores do cozimento: em casos mais graves, a inalação pode desencadear reações alérgicas.
Para situações emergenciais, médicos podem recomendar o uso de antialérgicos, corticoides e adrenalina injetável para conter reações severas.
Cuidados médicos são essenciais
Identificar e gerenciar a alergia a frutos do mar pode evitar complicações de saúde e garantir qualidade de vida. Em caso de suspeita, procure um especialista para realizar exames e adotar medidas preventivas adequadas.