A Rainha Elizabeth era uma pessoa discreta, mas ao mesmo tempo popular. Ao longo dos seus 70 anos de reinado, tentou manter sua vida de maneira privada e longe da mídia britânica e mundial. Muito se fala sobre a terrível perseguição da imprensa à princesa Diana, que culminou em sua trágica morte, mas a Rainha britânica também teve sua vida invadida e devassada pelos holofotes.
Depois de herdar o trono ainda muito jovem, em uma era machista, a monarca passou a ter cada passo vigiado de perto. Talvez por isso tenha optado por uma vida mais discreta. Ainda assim, não se viu livre de escândalos, mesmo quando não estava no centro deles.
O fato de falar pouco sobre a vida pessoal a tornou, aos olhos de muitos, uma mulher controladora, estereótipo fácil de se recorrer quando se trata de figuras femininas poderosas. Mesmo trajando roupas modestas numa casa de campo, era encarada como uma pessoa que determinava o futuro de sua família. De certa maneira, não deixa de ser verdade, o caso de relacionamento interrompido de Charles e Camilla Parker Bowles na virada dos anos 80. Ao mesmo tempo, muito do que se sabia sobre a rainha era parte de especulações de outras pessoas.
O auge da devassa em sua vida privada se deu quando a princesa Diana decidiu pedir o divórcio. Após sua morte, o pronunciamento de Elizabeth, antes não programado, era esperado avidamente. Ao contrário de muitas celebridades, a monarca pôde testemunhar a maneira que sua vida seria contada pela história e pelo entretenimento com diversas produções como “A Rainha” e “The Crown”. Nem sempre considerou justas tais adaptações de sua vida, mas o fato é que tamanho interesse por seu cotidiano só mostra o quanto era apertada a gaiola na qual passou toda uma existência, atrelada a valores tão antigos e questionados por muitos.