Análise de mandato: entre leis aprovadas e críticas, Cristiano D’Angelo ainda enfrenta investigações

(Foto: Ely Caldeira/ Assessoria)
A Rede Onda Digital dá continuidade à série de análises sobre o desempenho dos 24 parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Nesta semana, a análise é com o deputado estadual Cristiano D’Angelo (MDB), eleito em 2022 com 36.658 votos. Sua atuação tem se destacado por projetos voltados à cultura, ao esporte e ao desenvolvimento do interior do estado, mas também tem sido alvo de críticas quanto à relevância de suas propostas, além de investigações que envolvem seu nome.
Projetos de destaque
Entre as iniciativas de maior visibilidade está o PL nº 129/2024, que busca declarar o tucumã patrimônio cultural imaterial do Amazonas. Outro exemplo é o projeto que institui o Cadastro de Endereçamento Rural Digital, voltado a facilitar a logística de serviços e o acesso de moradores de comunidades rurais.
Selo amigo da reciclagem
Também chama atenção o PL nº 132/2024, que cria o “Selo Amigo da Reciclagem”, certificação que pode ser utilizada em materiais publicitários, embalagens e sites por empresas e pessoas que atuam na área da reciclagem no estado.
Projetos que viraram lei
Algumas proposições do deputado já foram sancionadas pelo governador Wilson Lima (UB). Entre elas, a lei nº 6.618/2023, que institui Manacapuru como “Capital Amazonense da Robótica”.
Outra iniciativa transformada em lei foi a nº 7.425/2025, que isenta pequenos agricultores do pagamento de impostos na transferência de imóveis rurais para sucessores.
D’Angelo também conseguiu a sanção da lei nº 6.718/2024, que reconhece a Festa do Tucunaré, realizada em São Sebastião do Uatumã, como de interesse cultural do estado.
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Projetos considerados de baixo impacto
Apesar dessas conquistas, parte da produção legislativa do parlamentar é vista como de alcance limitado. Entre os exemplos estão projetos de concessão de títulos de cidadão, reconhecimento de festas locais e inclusão de eventos no calendário oficial do Amazonas.
É o caso do PL nº 624/2025, que propõe inserir no calendário estadual o aniversário do município de Manacapuru, e do PL nº 384/2024, que concede o Título de Cidadão do Amazonas ao delegado de Polícia Civil, Rodrigo Araújo Torres. Esse tipo de proposição, embora comum na Aleam, é frequentemente criticado por ter pouco impacto estrutural para o estado.
Polêmicas e investigações
O mandato de Cristiano D’Angelo também tem sido marcado por controvérsias. Em 2023, um matadouro de sua propriedade foi multado em mais de R$ 2 milhões pelo Ibama por danos ambientais. Em 2025, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) confirmou, em publicação no Diário Oficial, que a investigação segue em andamento. Segundo a portaria que instaurou o procedimento, há indícios de descumprimento de exigências legais, o que motivou novas investigações.
Posicionamento no plenário estadual
Na própria Aleam, o deputado enfrentou críticas de colegas por sua postura em votações consideradas sensíveis. Ele esteve entre os parlamentares apontados como responsáveis por retirar apoio a pedidos de investigação, o que levantou questionamentos sobre sua independência política. Além disso, eleitores não deixaram de notar que o deputado deixou de usar a tribuna em momentos esperados, como votações consideradas relevantes para a população.
Produtividade parlamentar
Mesmo diante das polêmicas, Cristiano D’Angelo mantém base consolidada no interior, especialmente em Manacapuru, e aposta em projetos de visibilidade local, com foco no setor rural e na juventude.
Nos números, sua produção legislativa demonstra constância: em 2023 apresentou 53 projetos de lei e 66 requerimentos; em 2024 foram 42 PLs e 25 requerimentos; já em 2025, até o momento, protocolou 29 projetos de lei ordinária e 23 requerimentos. Totalizando 243 até o momento matérias apresentadas
