A decisão do Campeonato Paraense 2022 entre Remo e Paysandu representou bem a rivalidade do RE-PA dentro e fora de campo. E, quem levou a melhor foi o Leão Azul, que conquistou o seu 47º título estadual, dois a menos que o próprio rival.
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Os dois jogos que decidiram a conquista da Taça Estrela do Norte deixaram os torcedores eufóricos. No primeiro jogo, realizado no último domingo (3), vitória do Remo por 3 a 0, em um Baenão lotado com mais de 13 mil pessoas que incentivaram o time azulino do início ao fim. Um Remo cirúrgico, eficaz e letal, nem o mais otimista torcedor remista acreditava nesse resultado.
O jogo de volta, nesta quarta-feira (6), sobrou emoção, só que desta vez na Curuzú, lotadinha somente com bicolores, pintada de azul celeste aos gritos de “eu acredito”. Nunca, na história dos clubes, o placar de 3 a 0 em uma decisão foi revertido.
Mas o futebol é imprevisível, técnico, físico e requer uma boa preparação psicológica. O Papão precisou de apenas 30 minutos do primeiro tempo para igualar o agregado e tirar a vantagem, fez logo 3 a 0 com Ricardinho e Jose Aldo, duas vezes. A Curuzú estremeceu, até então a decisão estava indo para os pênaltis. Por outro lado, um Remo apático e desconcentrado.
A intensidade e o volume de jogo do Paysandu no primeiro tempo, com marcação pressão e compactação das linhas entre defesa, meio e ataque desgastou demais os bicolores e levou o Remo à lona nos primeiros 45 minutos.
Na volta do segundo tempo, as mexidas do técnico remista Paulo Bonamigo (entradas de Laílson e Marciel nos lugares de Ronald e Pingo, respectivamente), além do desgaste físico do Paysandu fez um Remo melhor. E logo aos 15 minutos, Leonan de fora da área fez um golaço, o gol devolvia ao Remo a vantagem no agregado: 4 a 3.
Aos 24 minutos o zagueiro Marcão do Paysandu agrediu Marciel e foi expulso corretamente pelo árbitro da partida Raphael Claus. A partir daí o Remo contornou as ações e segurou o placar até o apito final. Depois de 2 anos o Leão volta a rugir no futebol paraense.
Refletores desligados
Cenas lamentáveis mancharam o término do Parazão 2022. No momento em que a taça seria entregue ao capitão Marlon, as luzes do estádio da Curuzu foram apagadas. A cena constrangeu autoridades presentes e, inclusive, a transmissão da TV Cultura, ao vivo pra todo o estado em canal aberto, e pro mundo todo via internet através do Youtube.
Atitude antidesportiva do Paysandu que não aceitou a comemoração do rival no seu próprio estádio, faltando respeito com o adversário, campeão merecidamente, e também com os patrocinadores que bancam o campeonato.
A presidente interina da Federação Paraense de Futebol, Graciete Maués ficou revoltada com o ocorrido. “Lamento profundamente que os refletores tenham sido apagados. O Campeonato poderia ter terminado de uma forma melhor. No futebol, só há um vencedor e um derrotado. E é preciso entender isso”, disse.
Além do apagão, a comissão técnica e os jogadores do Paysandu não compareceram à cerimônia para receberam as medalhas pelo vice-campeonato. O Remo continuou festejando com ajuda da lanterna dos aparelhos celulares dos jogadores.
Ônibus apedrejado
Na saída do estádio da Curuzú, o ônibus com a delegação do Clube do Remo foi apedrejado na avenida Almirante Barroso, em Belém. Mesmo com o ônibus escoltado, pedras foram arremessadas e estouraram os vidros laterais do veículo. Ninguém ficou ferido. A informação foi confirmada pela assessoria do clube.
Estreia na Série C
O Remo volta a campo já no próximo sábado (9), na estreia da Série C do Brasileiro contra o Vitória-BA, no Banpará Baenão, às 17h. Já o Paysandu só estreia na competição no dia 17 de abril contra o Atlético-AC, na Arena Verde, em Paragominas.