Originalmente indicada para o tratamento da disfunção erétil, a tadalafila tem sido cada vez mais utilizada de maneira indiscriminada, principalmente em academias, onde ganhou fama como um suposto impulsionador de desempenho físico. A tendência, disseminada por redes sociais, músicas e memes, levanta preocupações entre médicos, que alertam para os riscos do uso sem prescrição.
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que as vendas do medicamento triplicaram nos últimos anos, ultrapassando 47 milhões de caixas em 2023. Além do uso tradicional para questões de saúde sexual masculina, o aumento da popularidade da droga tem sido impulsionado pela crença de que ela pode melhorar a performance nos treinos e auxiliar no ganho de massa muscular. No entanto, não há comprovação científica dessa eficácia.
Mito sobre ganhos musculares e riscos à saúde
A teoria que levou a tadalafila ao mundo fitness sugere que a substância poderia aumentar o fluxo sanguíneo nos músculos, favorecendo o crescimento muscular. Porém, especialistas alertam que essa relação não foi comprovada.
“Não há evidências científicas que justifiquem o uso da tadalafila para hipertrofia muscular. O crescimento dos músculos depende de um treino adequado e de uma alimentação equilibrada”, destacam médicos.
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Além disso, o uso sem acompanhamento profissional pode causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, tontura, queda de pressão e problemas cardiovasculares. O medicamento age relaxando os vasos sanguíneos, facilitando a circulação e prolongando o efeito da ereção por até 36 horas. Apesar disso, ele não induz a ereção espontânea, sendo necessário um estímulo sexual.
Uso indiscriminado pode gerar complicações
Embora seja seguro quando administrado corretamente, o consumo sem prescrição médica pode trazer riscos graves, como priapismo (ereção prolongada e dolorosa), alterações cardíacas e até dependência psicológica. Muitos usuários passam a acreditar que só terão um bom desempenho sexual se utilizarem o medicamento, o que pode gerar insegurança e impacto emocional.
A tadalafila é indicada oficialmente para três condições médicas: disfunção erétil, hiperplasia prostática benigna (aumento da próstata) e hipertensão pulmonar. Em todos os casos, a dosagem e o tempo de uso devem ser determinados por um médico.
Seguir tendências sem orientação profissional pode mascarar problemas de saúde preexistentes e até agravar condições médicas. Por isso, especialistas recomendam que qualquer uso do medicamento seja feito sob supervisão médica, garantindo segurança e qualidade de vida.