Varejo amazonense sofre retração em agosto e pode fechar o ano com desempenho negativo

O setor de comércio e serviços do Amazonas encerrou o mês de abril com o número recorde de empregos formais. (Foto: divulgação/Fecomercio)
As vendas do varejo amazonense registraram uma pequena retração de 0,3% em agosto, quando comparadas a julho. O número consta da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e ficou abaixo da média nacional, que variou positivamente em 0,2%.
Para o analista do IBGE, Adjalma Jaques, o desempenho ruim de agosto serve para evidenciar que a recuperação do poder de compra da população, também atestada em pesquisas do instituto, e as vendas do varejo não estão acontecendo da mesma forma em todo o país, onde a maioria dos Estados tem mostrado um varejo crescente nas vendas.
“A continuar neste ritmo de vendas, a expectativa é de termos um resultado anual negativo ao fim de 2025, o que não acontece desde 2021, ano da pandemia de Covid-19”, afirma Adjalma Jaques, chefe do setor de Disseminação da Informação do IBGE no Amazonas.
A variação no índice, conforme Adjalma, apresentou alta volatilidade durante o ano todo, com quedas de 5,6% (março) e picos de crescimento de 4,0% (fevereiro), mas não apresentou tendência de recuperação após março, mantendo-se em patamares de variação muito baixos e atingindo valores negativos em três dos cinco últimos meses.
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Esse ritmo de queda nas vendas também foi captado em estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomercio-AM), que analisou a arrecadação de ICMS no período de janeiro a agosto.
Conforme o economista Max Cohen, que assina o panorama econômico de outubro, nos oito primeiros meses do ano a arrecadação de ICMS pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM) foi de R$ 5,98 bilhões, ligeiramente abaixo dos R$ 5,99 bilhões do mesmo período de 2024, representando uma variação real negativa de 0,3%.
Para Max Cohen, o mercado de trabalho formal é o principal vetor de otimismo para o comércio varejista, uma vez que o estoque de empregos no comércio e serviços atingiu 388,9 mil vínculos em agosto, novo recorde histórico, representando 68,3% dos postos formais do Estado.
“O crescimento de 3,3% em relação a agosto de 2024, e 2,7% em relação a dezembro de 2024, confirma o vigor da economia urbana manauara e reforça o papel do setor terciário como âncora do desenvolvimento regional. Esse dinamismo, associado à retomada de investimentos logísticos e ao fortalecimento do Polo Industrial de Manaus, cria bases sólidas para um ciclo de estabilidade moderada em 2026”, afirma Max Cohen.
