Correios devem demitir cerca de 15 mil empregados para redução de custos

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Os Correios apresentaram nesta segunda-feira (29/12) um plano de reestruturação para o período de 2025/2027, que tem a estimativa de reduzir as despesas em R$ 4,2 bilhões. As ações fazem parte da estratégia para enfrentar a crise financeira da empresa, que acumula prejuízos bilionários.
O plano prevê economia anual de R$ 2,1 bilhões com a reorganização do quadro de pessoal e a revisão de benefícios. Entre as medidas estão a criação de um programa de demissão voluntária que pode alcançar até 15 mil empregados, a reavaliação de cargos com remuneração média e alta e ajustes nos planos de saúde e previdência. Segundo a empresa, os efeitos financeiros dessas iniciativas devem começar a ser percebidos a partir de 2028.
Outra frente de redução de custos envolve o fechamento de aproximadamente mil unidades físicas em todo o país, o que pode gerar economia adicional de R$ 2,1 bilhões por ano. Além dos cortes, a estatal projeta ampliar receitas por meio de parcerias com a iniciativa privada, com impacto estimado em R$ 1,7 bilhão anual, e com a venda de imóveis, que pode render cerca de R$ 1,5 bilhão.
Com a combinação de cortes de despesas e aumento de receitas, os Correios calculam um impacto positivo de R$ 7,4 bilhões por ano no fluxo de caixa. Para viabilizar a reestruturação, a empresa também aposta em captação de recursos. Na última sexta-feira (26/12), foi assinado um contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com um consórcio de cinco bancos.
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A estratégia financeira prevê a captação total de até R$ 20 bilhões. Com o valor já contratado, ainda restaria cerca de R$ 8 bilhões, que deverão ser obtidos em 2026. Segundo a direção da estatal, a decisão entre um eventual aporte do Tesouro Nacional ou uma nova rodada de empréstimos será tomada no próximo ano.
Durante a apresentação do plano, a presidência dos Correios destacou que os recursos captados não serão usados apenas para equilibrar as contas no curto prazo, mas também para viabilizar investimentos, como a execução do programa de demissão voluntária, a automação de centros de tratamento, a modernização da infraestrutura logística e a renovação da frota.
O cronograma indica que o resultado financeiro da empresa deve permanecer negativo em 2026, com expectativa de melhora apenas em 2027, após a consolidação das medidas. O plano também prevê a contratação de uma consultoria externa para revisar o modelo organizacional e societário da estatal, além da criação de mecanismos de reconhecimento por desempenho para cargos de superintendência.
Entre janeiro e setembro deste ano, os Correios registraram prejuízo de R$ 6 bilhões, quase três vezes superior ao resultado negativo de R$ 2,1 bilhões no mesmo período do ano passado. A estatal enfrenta queda de receitas e aumento contínuo de despesas, em um cenário que já levou ao anúncio de iniciativas como a venda de imóveis e o lançamento de um marketplace, que reúne mais de 500 mil produtos.
Em setembro, o governo federal promoveu mudança no comando da empresa. O então presidente Fabiano Silva foi substituído pelo economista Emmanoel Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil, que agora conduz o processo de reestruturação da estatal.
*Com informações da CNN Brasil.






