A Casa Branca anunciou recentemente que produtos chineses estão sujeitos a tarifas que podem chegar a até 245% ao entrarem nos Estados Unidos. Apesar da cifra expressiva, o número não representa uma nova política tarifária, mas sim a soma de alíquotas já em vigor sobre alguns itens específicos, como veículos elétricos e seringas.
Segundo autoridades norte-americanas, esse percentual resulta da combinação de tarifas implementadas em diferentes governos. Durante seu primeiro mandato, o presidente Donald Trump impôs uma tarifa de 25% sobre veículos elétricos importados da China. Posteriormente, essa alíquota foi elevada para 100% pela administração de Joe Biden, que também aplicou o mesmo percentual a seringas chinesas.
Assim, o valor de 245% divulgado pela Casa Branca considera a tarifa base somada a encargos adicionais já existentes, sem incluir novas sobretaxas. Um funcionário do governo norte-americano reconheceu que o número foi alcançado ao “simplesmente somar” os encargos atuais.
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Outros produtos chineses também estão sujeitos a tarifas elevadas, embora inferiores ao máximo de 245%. Em alguns casos, há previsão de aumento. É o que deve ocorrer com as luvas médicas de borracha, cuja tarifa total atingirá os 245% a partir de janeiro de 2026.
A repercussão do anúncio gerou reação imediata por parte de Pequim. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (16/4), o porta-voz do Ministério do Comércio da China criticou a postura dos Estados Unidos, classificando-a como “irracional” e acusando Washington de “instrumentalizar e militarizar” as tarifas.
A autoridade chinesa reiterou a oposição do país à imposição unilateral de sobretaxas e afirmou que Pequim não se deixará envolver em “jogos insignificantes de tarifas”. Ainda segundo o porta-voz, caso os EUA avancem em medidas que prejudiquem os interesses chineses, o país asiático “responderá com firmeza e lutará até o fim”.
A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo continua sendo um dos principais pontos de atenção no cenário geopolítico global.