A inflação registrou desaceleração em março para todas as faixas de renda, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (17/4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na comparação com fevereiro, o índice caiu de 1,59% para 0,56% entre as famílias de renda muito baixa e de 0,9% para 0,6% entre aquelas de renda alta.
O alívio inflacionário nas camadas de menor renda foi impulsionado, principalmente, por reajustes modestos na tarifa de energia elétrica (0,12%) e pela queda nos preços de passagens do transporte público, como ônibus urbano (-1,1%) e metrô (-1,7%).
Já entre os mais ricos, a principal contribuição para a desaceleração veio do grupo educação. Com o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares, o índice recuou de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março.
Apesar da melhora geral, a inflação sobre os alimentos voltou a pesar especialmente para os lares de menor poder aquisitivo. Itens como ovos (13,1%), café (8,1%), leite (3,3%) e tomate (22,6%) lideraram as altas. Em contrapartida, produtos básicos como arroz (-1,8%), feijão-preto (-3,9%), carnes (-1,6%) e óleo de soja (-2,0%) apresentaram queda.
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Para as famílias de renda alta, os principais impactos inflacionários vieram dos setores de transporte e de despesas pessoais. As passagens aéreas, por exemplo, tiveram alta de 6,9%, enquanto os serviços ligados à recreação e lazer subiram 1,2%.
Na comparação anual — entre março de 2024 e março de 2025 —, a inflação acumulada avançou para todas as faixas de renda, sendo mais sentida nas classes mais altas. O índice acumulado em 12 meses ficou em 5,24% para a população de renda muito baixa e em 5,61% para a de renda alta.
Entre os grupos que mais pressionaram a inflação no período estão alimentos e bebidas, transportes e saúde e cuidados pessoais. Carnes (21,2%), aves e ovos (12,1%), óleo de soja (24,4%), leite (11,9%) e café (77,8%) registraram os aumentos mais expressivos.
No setor de saúde, destacam-se as altas nos preços de medicamentos (4,8%), itens de higiene (4,8%), serviços médicos (7,8%) e planos de saúde (7,3%). Já no transporte, as tarifas de ônibus urbano (5,1%) e interestadual (6,4%), além de serviços por aplicativo (18,3%) e combustíveis como gasolina (10,9%) e etanol (20,1%) puxaram os números para cima.
*Com informações da Agência Brasil.