Vereadores falam sobre funcionamento do sistema de alertas de chuva em Manaus

Após a forte chuva que castigou Manaus nesta terça-feira (14/10), vereadores da Câmara Municipal (CMM) levantaram questionamentos sobre a eficiência do sistema de alerta da Defesa Civil Municipal. O debate ganhou força após relatos de que muitos cidadãos receberam notificações de alerta apenas quando a chuva já havia começado — ou até mesmo quando os transtornos já estavam instalados. A Rede Onda Digital publicou uma reportagem sobre os comentários envolvendo o alerta emitido.

O vereador Rodrigo Guedes (PP), da oposição, foi um dos mais contundentes ao cobrar respostas da Prefeitura de Manaus sobre o funcionamento do sistema, que segundo ele, não recebeu o aviso no celular.

“As pessoas alegam que o suposto alerta chegou do meio para o fim da chuva e alguns já no fim da chuva. Eu particularmente não recebi nada no meu celular, mas a maioria das pessoas alegando que receberam ali já no meio ou até para o final da chuva quando ela já estava com menor intensidade, mas já estava tudo alagado. Então, qual é realmente a utilidade desse alerta da Prefeitura de Manaus? Como é que ele vai funcionar? Vai continuar desse jeito? Porque a gente entende que se é alerta, é para acontecer antes e bem antes”, declarou Guedes.

O parlamentar reforçou que a tecnologia atual já permite prever com antecedência a intensidade das chuvas e destacou que o alerta, da forma como tem sido enviado, “não tem utilidade nenhuma”.

“Na chuva de domingo passado não teve o alerta, ontem teve para algumas pessoas, para muitas até, mas do meio para o final, aí não tem utilidade nenhuma. Se for para ser assim é melhor não ter alerta, porque as pessoas acabam não se preparando, porque não receberam nada”, completou.

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Do mesmo campo oposicionista, o vereador Zé Ricardo (PT) também se manifestou, criticando a falta de ações preventivas do Executivo municipal e cobrando transparência sobre o sistema de monitoramento.

 “De novo a situação é lamentável, o Centro de Manaus, o sistema de drenagem que não funciona e agora o vice-prefeito está até falando que é culpa das pessoas que jogam lixo no centro, quando deveria ter ações exatamente de prevenção. Mas, realmente o alerta da Defesa Civil que chegou após a chuva não está funcionando no sentido de alertar a população para se prevenir e evitar prejuízos”, disse o petista.

O petista informou que apresentou um requerimento pedindo informações detalhadas sobre as estações meteorológicas adquiridas pela Prefeitura.

 “Queremos saber onde é que estão as estações meteorológicas que foram compradas e estão sendo instaladas para fazer o alerta de prevenção em relação às chuvas, a intensidade das chuvas. Queremos informações sobre o funcionamento, o custo e, principalmente, se isso vai ter algum resultado prático para a população ou se vai continuar sendo assim: toda chuva, destruição, prejuízo e nenhuma ação efetiva de prevenção”, afirmou.

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Por outro lado, o vereador Eduardo Alfaia (Avante), líder da base governista na Casa, pediu cautela nas críticas e ressaltou que o sistema de alerta ainda está em fase de implantação.

“É importante salientar que o sistema de avisos ou de alerta ainda está em teste. Esse é um sistema que a Defesa Civil Nacional está cedendo ao município, treinando os técnicos e servidores da Defesa Civil Municipal para implementarem isso de forma plena. Certamente vai ter uma ou outra intercorrência até o sistema estar funcionando de forma efetiva e com toda a sua integralidade”, explicou Alfaia.

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Ocorrências 

Na terça-feira (14/10), a Prefeitura de Manaus, por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), atendeu 11 chamadas relacionadas as consequências e causas da chuva. As demandas foram registradas pelo Disque 199, canal direto com a Defesa Civil, que funciona 24 horas na sede do CCC.

Ainda na noite, o vice-prefeito de Manaus e titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Renato Junior, divulgou nas redes sociais um vídeo mostrando a situação das ruas do Centro após o escoamento das águas da forte chuva.