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Operação no Rio Madeira gera críticas de políticos do AM sobre ações da Polícia Federal

Ação da PF contra garimpo em Humaitá e Manicoré provoca reação da classe política do AM
Operação no Rio Madeira gera críticas de políticos do AM sobre ações da Polícia Federal

(Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal realizou, na manhã desta segunda-feira (15/09), uma operação para a destruição de dragas utilizadas no garimpo ilegal nos municípios de Humaitá e Manicoré. Senadores e deputados do Amazonas se manifestam sobre operação ao final do dia após repercussão nas redes sociais.

O deputado federal Silas Câmara (Republicanos) fez duras críticas à operação da PF e do Governo Federal, alegando defender o extrativismo familiar na região. Ele classificou a ação como um “ato criminoso”, que, segundo ele, destrói o meio ambiente e coloca em risco a vida da população ribeirinha.

“Esse ato criminoso trouxe dor e sofrimento para inúmeras famílias, além de colocar em risco a segurança da população local. É inaceitável que ações como essa ocorram sem respeito à vida e ao trabalho”, declarou Silas.

O parlamentar acrescentou que já entrou em contato com o senador Omar Aziz (PSD) para, juntos, buscarem soluções para a situação. Em vídeo, Silas afirmou que as balsas destruídas na operação não estariam ligadas a atividades ilegais, mas sim ao trabalho de extrativistas locais.

 

Outro membro da bancada federal que se manifestou foi o deputado estadual Capitão Alberto Neto (PL), que usou as redes sociais para criticar a forma como a Polícia Federal conduziu a ação. “Não podemos fechar os olhos, o combate ao garimpo ilegal precisa existir, mas não às custas da dignidade e sobrevivência do povo. Segurança e proteção ambiental devem caminhar lado a lado com respeito às pessoas que vivem na região”.


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‘Desproporcional’

O senador Eduardo Braga (MDB) foi o primeiro a comentar a operação da Polícia Federal em Humaitá. Em vídeo, ele afirmou ser favorável ao combate ao garimpo ilegal, mas criticou o que classificou como “medidas desproporcionais, sem considerar os impactos sociais sobre trabalhadores da região”.

 

Além de braga, o presidente da Assembleia Legislativa do estado do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (UB), também comentou sobre o assunto. Em vídeo no Instagram, Cidade destacou que as cenas ocorridas durante a operação em Humaitá pareciam cenas de guerra.

“Nós não estamos num campo de guerra. As cenas em Humaitá e Manicoré chocam e não podem ser tratadas como algo normal! Protocolos existem, mas antes deles vêm as famílias, vêm as vidas. O caminho não é a truculência, é o diálogo”, pontuou.

Roberto Cidade também deixou claro que está apto a conversar “com quem quer que seja” para encontrar soluções viáveis.

 

A deputada estadual Débora Menezes (PL) reagiu às imagens enviadas por moradores, classificando a operação como “desrespeitosa com as famílias que dependem da atividade para sobreviver”.

O que disse a Polícia Federal

A Polícia Federal detalhou que a operação foi realizada no leito do Rio Madeira, entre os municípios de Humaitá e Manicoré, com participação de equipes da PF, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública. A ação atendeu a uma ordem da Justiça Federal do Amazonas e teve como objetivo a destruição de dragas utilizadas no garimpo ilegal.

Ainda de acordo com as informações, somente no Amazonas já foram destruídas 71 dragas. Operações semelhantes estão em andamento em Rondônia, mas os números consolidados do estado vizinho ainda não foram divulgados.

Prefeitura de Manicoré se manifesta

A Prefeitura de Manicoré publicou uma nota de repúdio em suas redes sociais, na qual destacou que lamenta os atos ocorridos nesta segunda-feira, justamente no dia em que a população celebra Nossa Senhora das Dores, padroeira do município.

Segundo o Executivo municipal, as explosões das balsas causam sérios riscos de desbarrancamento na orla da cidade, ameaçando a integridade física dos moradores.

Até o momento, a Prefeitura de Humaitá não se pronunciou sobre os fatos em nenhuma de suas redes sociais oficiais.