Artigo contra a Zona Franca expõe ‘burrice e preconceito’, rebatem políticos do Amazonas

Foto: Divulgação
Um artigo publicado, nesta segunda-feira (10/11), no jornal Valor Econômico, pelo economista mineiro Bruno Carraza, atraiu a ira de políticos amazonenses por acusar o modelo Zona Franca de Manaus de ser péssimo para o meio ambiente da Amazônia. Entre os argumentos, ele diz que aqui se produz muitos aparelhos de ar-condicionado.
Manaus é o segundo maior polo de produção destes aparelhos no mundo e atualmente sofre com o desabastecimento de componentes.
“Vai catar coquinho“, disse, irritado, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, que classificou o artigo como sendo rico em desinformação sobre Zona Franca de Manaus.
“Ele é mineiro. Os mineiros destruíram a Mata Atlântica. Nós conservamos 97% da nossa floresta. Nós somos poluidores e eles são os guardiões da floresta. É um engraçadinho não é? O que tenho a dizer ao Bruno é muito simples: vai catar coquinho”, analisou Serafim Corrêa.
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Preconceito paulista contra o Norte
O ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) foi ainda mais longe e acusou o artigo de ser um representante do “velho preconceito paulista” contra o modelo Zona Franca de Manaus. “Quanta imbecilidade, quanta estupidez“, reagiu.
Ramos destaca que, no artigo, Bruno Carraza defende que a Zona Franca não faz qualquer sentido do ponto de vista da sustentabilidade e ultrapassa o que ele chamou de “limite do ridículo” ao dizer que um dos problemas do aquecimento global é a produção de ar-condicionado em Manaus, sendo contraditório, na opinião do economista, lutar contra o aquecimento global e, ao mesmo tempo, produzir ar-condicionado.
“Quanta imbecilidade, que argumento ridículo! Ele fala como se as pessoas não pudessem se refrigerar porque o mundo tá ficando mais quente”, ironizou.
Marcelo Ramos também destacou que o Amazonas tem 97% das florestas preservadas, o Pará tem 77% e Rondônia 62%, justamente porque a pecuária, a mineração e a agricultura são mais agressivas do ponto de vista ambiental que o modelo Zona Franca. Marcelo citou também o baixo índice de desmatamento acumulado neste ano, 7.4% do total.
“O desmatamento é menor no Amazonas porque existe uma matriz econômica-industrial que possibilita ao Estado gerar riqueza, emprego e renda sem avançar sobre o meio ambiente. Só não entende isso quem é imbecil ou tem a mente, o coração e a alma carregados de preconceitos, como essa elite paulista”, concluiu.
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