Exploração de petróleo na Margem Equatorial divide os brasileiros, aponta Quaest

Návio sonda da Petrobras faz prospecção em um poço localiizado no Oiapoque. (Divulgação)
Uma pesquisa do instituto Genial Quaest, divulgada nesta terça-feira (11/11), mostrou que a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, uma linha de mar territorial que vai do Amapá, na Região Norte, até o litoral sul do Rio Grande do Norte, na região Nordeste, é reprovada por 49% dos entrevistados, contra 42% que aprovam a busca por petróleo na região. A margem de erro da pesquisa é de 2% e o índice de confiabilidade chega a 95%.
A pesquisa ouviu mais de dois mil brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 6 e 9 deste mês, em meio ao barulho gerado pela realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), no Parque da Cidade, em Belém (PA). No evento, um dos principais temas em debate é transição energética, que prega o fim do uso de combustíveis fósseis e adoção de energias limpas.

Em outubro a Petrobras recebeu a Licença de Instalação para fazer pesquisas de prospecção em um poço localizado no mar territorial, a 170 quilômetros do município de Oiapoque, mais de 550 quilômetros da foz do rio Amazonas.
A concessão da licença aumentou a disputa entre ambientalistas contrários a exploração de petróleo perto de uma das regiões mais diversas da Amazônia e os chamados desenvolvimentistas do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme a Petrobras, a empresa atua em áreas com características semelhantes às da Margem Equatorial há muito tempo, desde o Recôncavo Baiano, nos anos 60 e 70 do século passado, chegando à Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, até a região do pré-sal, entre São Paulo e Rio de Janeiro.
“Temos o conhecimento e reconhecimento mundial não só pela excelência tecnológica, mas também pelo atendimento aos mais rigorosos requisitos e práticas ambientais e de segurança no desenvolvimento de nossas atividades, em todas as etapas da exploração e produção de petróleo e gás”, afirma a empresa.
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Defesa da soberania energética
O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), Marcus Ribeiro, diz que explorar a Margem Equatorial não representa riscos maiores que os enfrentados com sucesso pela Petrobras no pré-sal, onde a companhia extrai petróleo a mais de 4 mil metros de profundidade.
“A Petrobras extrai petróleo do meio da floresta, em Urucu (município de Coari, na região do Médio Solimões), há 30 anos e nunca houve registro de acidentes e de poluição da Amazônia”, afirma.
Conforme a estatal, com a LI concedida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está prevista a aplicação de diversos processos e tecnologias para manter a segurança operacional e, consequentemente, diminuir os impactos das atividades de exploração e produção na Margem Equatorial. Entre elas, estão:
- Algoritmos de última geração;
- Inteligência de dados e computadores de alto desempenho;
- Ampliação da operação remota, diminuindo consideravelmente possíveis riscos ambientais
- Uso eficiente dos dados sísmicos, geológicos e de poços, desde as fases iniciais do projeto exploratório até o desenvolvimento dos campos.
Para comprovar a capacidade de resposta imediata a possíveis acidentes envolvendo vazamentos de petróleo, a Petrobras realizou, na última etapa da avaliação feita pelo Ibama, um simulado no local chamado de Avaliação Pré-Operacional (APO). As ações de simulação da APO mobilizaram mais de 1′.000 pessoas, quatro aeronaves, cinco ambulâncias, 70 veículos terrestres e mais de 60 embarcações!
Para garantir a segurança das populações tradicionais que poderiam ter a vida afetada por um eventual vazamento de petróleo, a empresa planeja desenvolver projetos socioambientais na região. Para isso, atua junto às comunidades locais e aos povos tradicionais da região.
“Temos recursos, estruturas e equipes dedicadas à prevenção de acidentes e à preservação da vida e do meio ambiente“, garante nota da Petrobras.






