A Polícia Federal (PF) investiga o uso de uma funerária para fraudar documentos e lavar dinheiro arrecadado com descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
A empresa Global Planos Funerários, com sede em Fortaleza (CE), movimentou mais de R$ 82 milhões de fevereiro a julho de 2024 –R$ 2,6 milhões de forma suspeita. Uma das sócias da funerária é Cecília Rodrigues Mota. Segundo a reportagem, ela integra a lista de investigados pelas fraudes no INSS. A empresária teria atuado como presidente de fachada de associações usadas nos golpes. Teria também realizado um “volume atípico” de viagens domésticas e internacionais. A PF está investigando uma série de depósitos feitos pela funerária. Um deles, no valor de R$ 100 mil, foi para a Highway Comércio e Serviço…
“O fluxo comum é a associação repassar os valores para as empresas. Nesse caso, percebemos um fluxo contrário com valores expressivos”, aponta um relatório da Polícia Federal.
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Para justificar o pagamento, a suspeita é de que certidões de óbitos eram falsificadas. Isso porque a empresa cobrava das associações cerca de R$ 3 mil por serviço funerário fornecido às associações contratantes.
Pelas contas da PF, entre 2022 e 2024 os valores serviriam para custear o enterro de 8.713 pessoas. O valor, no entanto, ainda segundo a PF, não bate o número de mortes registradas pelas associações no mesmo período.
Outro ponto levantado pelos investigadores é que essas associações, mesmo com tantas supostas mortes, mantiveram ou até mesmo aumentaram a quantidade de associados pagando mensalmente suas contribuições.