Morreu nesta terça-feira (13/5) o médium e líder espírita Divaldo Franco, aos 98 anos, por falência múltipla dos órgãos. Embora a causa oficial da morte não tenha sido divulgada, ele enfrentava um câncer de bexiga desde novembro de 2024.
Natural de Feira de Santana (BA), Divaldo se tornou um dos nomes mais respeitados do Espiritismo no Brasil, com mais de 70 anos dedicados à doutrina. Ele fundou, em 1952, a Mansão do Caminho, em Salvador, projeto social que acolhe e educa crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. O espaço, que começou com o abrigo de menores, hoje funciona como um complexo com escolas, atendimento médico e oficinas profissionalizantes.
Ao longo da vida, Divaldo publicou mais de 250 livros — muitos psicografados — e teve sua trajetória narrada na biografia lançada em 2015 pela jornalista Ana Landi. Apesar de não ter filhos biológicos, era considerado pai por centenas de pessoas que acolheu e educou.
A mediunidade de Divaldo se manifestou ainda na infância, mas foi recebida com hostilidade pela família. Apenas após uma grave enfermidade na juventude, a mediunidade foi reconhecida e passou a ser compreendida. Desde então, ele se tornou uma das principais vozes do Espiritismo no país e internacionalmente.
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O diagnóstico de câncer veio após internação para investigar desconfortos urinários. O tratamento começou em dezembro com sessões de radioterapia combinadas a pequenas doses de quimioterapia. Mesmo diante da doença, Divaldo permaneceu ativo com acompanhamento domiciliar e apoio de equipe médica, incluindo fisioterapeuta e nutricionista.
Em fevereiro de 2025, ele foi internado novamente por causa de uma infecção urinária, mas chegou a apresentar melhora. O falecimento ocorreu meses depois, encerrando uma das trajetórias mais influentes do Espiritismo no Brasil contemporâneo.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de bexiga tem maior incidência em homens idosos e brancos, como era o caso de Divaldo. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo e a exposição a produtos derivados do petróleo.
A obra de Divaldo e os trabalhos sociais da Mansão do Caminho seguem como legado de sua vida dedicada ao amparo espiritual e material de milhares de pessoas.