O Exército Brasileiro expulsou seis militares do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Pirassununga, suspeitos de agressão e tortura contra um soldado. A vítima é um jovem de 19 anos, que denunciou o caso no dia 16 de janeiro deste ano. A informação foi confirmada pelo Comando Militar do Sudeste.
De acordo com a denúncia, o soldado estava organizando um espaço no quartel quando outros militares chegaram ao local para limpar uma câmara fria. Ao entrar, ele afirma ter sido agredido com um remo de panela industrial e pedaços de ripa de madeira, além de ter uma vassoura quebrada na região do ânus. O soldado também teve a farda arrancada.
Provas da agressão foram divulgadas
Mensagens de WhatsApp divulgadas pela vítima comprovam que a agressão realmente aconteceu. No entanto, um contato identificado como Cabo Douglas, possivelmente um dos agressores, afirma que tudo não passou de uma brincadeira e que o próprio soldado teria sido conivente.
- Cabo Douglas: “Tá tudo bem com você?”
- Soldado agredido: “Bem como, se me arrebentaram hoje? Uma tortura. Não sei nem o que vou fazer da minha vida. Acabaram com a minha vida, seus fdp.”
- Cabo Douglas: “Não fizemos nada com você. Você aceitou a brincadeira.”
- Soldado agredido: “Brincadeira?”
- Cabo Douglas: “Quero nem papo com você. Você aceitou.”
- Soldado agredido: “Você acha que é brincadeira o que fizeram comigo?”
- Cabo Douglas: “Você aceitou.”
O Exército afirmou que “foi instaurado um IPM (Inquérito Policial Militar) que corre sob sigilo, visando garantir a eficácia da investigação e a elucidação do crime.” No entanto, segundo informações do G1, a instituição não confirmou se o print da conversa será utilizado como prova.

A vítima relatou que a tortura ocorreu no dia 16 de janeiro. A mensagem teria sido enviada na madrugada do dia 17, quando o Cabo Douglas pergunta se o soldado estava bem.
Leia mais
Vaticano atualiza estado de saúde do Papa nesta segunda (24): “Leve melhora”
Vereadores que ‘lacram nas redes sociais’ vira tema de indiretas na CMM
O que diz a defesa do jovem
Segundo Pablo Canhadas, advogado do jovem militar, após a agressão, a vítima passou a consumir calmantes para continuar com suas atividades no quartel. No dia 24 de janeiro, o soldado foi submetido a uma avaliação médica no 13º RC, em Pirassununga.
Com base nessa avaliação, a defesa declarou que o jovem foi afastado das atividades por 45 dias, recebendo licença para buscar atendimento psicológico e psiquiátrico. O advogado também afirmou que seu cliente está em tratamento com antidepressivos e antipsicóticos.
O advogado concluiu informando que o jovem passará por uma nova avaliação de saúde na Junta Militar, em São Paulo. O Exército não confirmou as declarações da defesa, informando apenas que “as informações de saúde são de caráter pessoal e de acesso restrito ao militar em questão.”
Os suspeitos agora vão responder como civis a processo na Justiça Militar da União (JMU).
*Com informações do G1.