Na terça (06/05), a Polícia Civil de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, prendeu temporariamente um médico, suspeito de matar a esposa envenenada. A mãe dele também foi detida por suposto envolvimento no crime.
A esposa, a professora de Pilates Larissa Rodrigues, morreu em março. Exame comprovou a morte por envenenamento com “chumbinho”.
Ela foi encontrada morta pelo marido, Luiz Antonio Garnica, que passou a ser suspeito da investigação. A mãe dele, Elizabeth Arrabaça, de 68 anos, sogra de Larissa, também se tornou suspeita.
Em entrevista coletiva ontem, o delegado Fernando Bravo, que chefia as investigações, informou que a professora de pilates contou a algumas amigas que estava se sentindo mal, com sintomas como diarreia, toda vez que a sogra a encontrava. A investigação policial apurou também que a sogra tentou comprar chumbinho 15 dias antes da morte da professora. A suspeita teria ligado para uma amiga, que é proprietária de uma fazenda, perguntando se ela possuía a substância.
O delegado também afirmou que Luiz tentou se livrar de provas contra ele. De acordo com Bravo, o médico encontrou a esposa já com rigidez cadavérica e tentou limpar o apartamento para se livrar de pistas que pudessem ligá-lo ao caso. ”A participação dele ficou bem evidente para nós”, afirmou.
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Esposa teria descoberto traição
Em depoimento à Polícia Civil, uma prima de Larissa contou que na semana do Dia Internacional das Mulheres, no começo de março, a professora achou rolhas de garrafas de vinho com datas anotadas e uma caixa com brinquedos sexuais no carro do marido, o que levantou uma suspeita de traição.
Segundo a prima, Larissa ligou para ela e contou que estava triste com a situação.
No mesmo depoimento, a prima também informou que Larissa havia comentado com ela sobre uma viagem do médico a São Paulo e que estava desconfiada de que ele não tinha viajado sozinho. Larissa contou que tentou chamadas de vídeo, mas que ele não a atendeu.
Dias depois, já desconfiada, Larissa foi até o endereço da mulher com quem Garnica estaria se relacionando e filmou o marido entrando no prédio.
A prima ainda disse à polícia que na semana seguinte ao vídeo, Larissa ficou doente, com diarreia e com vômitos, e que ela relatou que a sogra estava fazendo sopas para ela. A professora também disse que tinha sido medicada pelo marido.
No dia anterior à morte da esposa, o suspeito teria ido ao cinema com a amante. Quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento do casal, os investigadores também encontraram a mulher no local, que passou a ser investigada.
A prisão dos suspeitos
Luiz Antonio foi preso em seu local de trabalho e, ao ser informado sobre o mandado de prisão, pediu ao investigador que o deixasse ligar para seu advogado. Em seguida, ele ainda pergunta o que havia feito, mostrou um vídeo que circula nas redes sociais.
Já a mãe dele, idosa, passou mal ao ser abordada pelos policiais. Ela foi transferida na sequência para um hospital, de onde deve alta durante a madrugada. Ela retornou à Central de Polícia Judiciária da cidade e aguarda a audiência de custódia, de acordo com seus advogados.
A defesa de ambos nega participação no crime. A polícia investiga para determinar a motivação para o crime.
*com informações de UOL e G1