Lewandowski comenta operação no RJ: “Não recebi nenhum pedido do governador”

(Foto: reprodução)
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28/10) que não foi avisado pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, sobre a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense.
“Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação, nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”, disse Lewandowski durante uma cerimônia em Fortaleza, onde recebeu o título de Cidadão Cearense.
O ministro reforçou que a responsabilidade pela segurança pública é dos governos estaduais e que as forças federais, como a Polícia Federal e a PRF, têm atuação limitada pela Constituição. Segundo ele, o Ministério da Justiça já atendeu pedidos anteriores do governo fluminense, como a transferência de líderes de facções para presídios federais.
A operação, que aconteceu nesta terça, terminou com 64 mortos e 81 presos, segundo o governo do estado. Essa é considerada a ação mais letal da história do Rio. Cerca de 2,5 mil agentes participaram do cumprimento de 100 mandados de prisão. Ainda no início da tarde, houve represálias do tráfico com barricadas em vias como a Linha Amarela e a Grajaú-Jacarepaguá.
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Lewandowski destacou que o combate ao crime precisa ser feito com inteligência e planejamento.
“Não posso julgar porque não estou na cadeira do governador, mas quero apresentar minha solidariedade às famílias dos policiais mortos, minha solidariedade às famílias dos inocentes que também pereceram nessa operação e me colocar à disposição para qualquer auxílio que for necessário”, disse.
Governador do Rio de Janeiro diz que Lula não prioriza a segurança pública
Enquanto isso, o governador Cláudio Castro criticou o governo federal, afirmando que o presidente Lula “não vê segurança pública como prioridade”. Em entrevista concedida ao Metrópoles, ele disse que o problema das fronteiras é o principal ponto de falha.
“Entendo que essa gestão não vê segurança pública como prioridade. É uma crítica que eu faço recorrentemente e eu mantenho”, declarou Castro, que também rebateu a fala do Ministro Lewandowski, sobre o pedido de ajuda.
“Não adianta o ministro ficar chateado porque a segurança não é prioridade deles, sobretudo a questão de fronteiras. Ano passado, o Rio apreendeu 732 fuzis, e Rio de Janeiro não produz armas. Essas armas estão entrando pelas fronteiras federais. Não há, pelo que a gente tem visto, ações. Elogiei a PF por ter estourado fábrica de fuzis em SP. Mas, mais uma vez: esses fuzis entram pelas estradas federais”, afirmou o governador do Rio de Janeiro.
(*)Com informações do G1 e Metrópoles






