A Faculdade Santa Marcelina, localizada na Zona Leste de São Paulo, abriu uma sindicância interna para apurar a conduta de ao menos 24 estudantes de Medicina que foram fotografados segurando uma bandeira com a frase “entra porra, escorre sangue” durante um evento esportivo. A expressão, com forte conotação violenta, remete ao crime de estupro e gerou indignação dentro e fora da instituição.

O episódio ocorreu no último sábado (15/03) e levou a uma denúncia formal do Coletivo Francisca, grupo feminista formado por alunas e ex-alunas da faculdade. Em nota enviada à direção do curso, o coletivo denunciou o ato como apologia ao estupro e cobrou medidas rigorosas contra os envolvidos.
A frase exposta na faixa faz parte de um antigo hino da atlética de Medicina da faculdade, que já havia sido banido em 2017 por conter trechos com teor machista e sexual explícito. Entre as passagens polêmicas do cântico, há até mesmo referências a relações sexuais com membras da igreja que compõem o corpo docente da instituição.
Posicionamento da faculdade
Diante da repercussão, a Faculdade Santa Marcelina utilizou as redes sociais para se manifestar sobre o caso. Em nota, a instituição reafirmou seu compromisso com princípios éticos e morais e informou que os alunos envolvidos serão punidos de acordo com a gravidade da infração. As penalidades podem variar entre advertências verbais, suspensões e até mesmo expulsão.
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A polêmica reacende o debate sobre comportamentos abusivos e práticas violentas em atléticas universitárias. Em 2023, um caso semelhante veio à tona quando estudantes de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) ficaram nus e simularam masturbação durante um campeonato. Na ocasião, cinco alunos foram expulsos.

A Faculdade Santa Marcelina reforçou que repudia qualquer atitude que viole os princípios acadêmicos e sociais, e seguirá com as investigações para responsabilizar os envolvidos no episódio.