Cristian Cravinhos, condenado a 42 anos pela morte de Manfred e Marísia Richthofen, na casa do casal em São Paulo, saiu da prisão após cumprir 22 anos em regime fechado. O homem, hoje com 49 anos, contou em entrevista ao “Globo” que, após a liberação, percebeu que a pena na justiça é inferior ao julgamento social.
“A Justiça me deu um tempo de pena, mas a sociedade impõe uma sentença perpétua”, alegou ele.
Sobre o “erro grave”, Cristian disse que está pagando por isso.
“A punição que recebi foi consequência dos meus atos, mas a condenação da sociedade é muito maior. Eu sei que parece que estou minimizando a gravidade do que eu fiz ao chamar um homicídio de erro. Mas tem certas palavras que não consigo falar no dia a dia sem me emocionar”, disse.
Sobre o passado, Cristian foi questionado se mudaria a decisão de fazer parte do crime.
“Não tenho uma única resposta para essa pergunta. Se o tempo voltasse, eu diria ‘não’. Mas até hoje tenho dificuldade de dizer ‘não’. Naquela época, eu vivia desesperado, sem controle emocional. Não sei responder. Só não vai por nessa entrevista que fiz o que fiz por dinheiro, porque não é verdade”, declarou ele.

Na época, Cravinhos afirmou que não soube dizer não. “Não tive controle da situação. Acreditei que conseguiria impedir o que estava prestes a acontecer, mas acabei envolvido. Eu não tinha um histórico criminal, nunca fiz nada parecido antes, e talvez por isso as pessoas questionem tanto minha participação no que aconteceu”, relatou.
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Daniel retira “Cravinhos” do nome

O irmão de Cristian, Daniel, resolveu tirar o sobrenome “Cravinhos” dos documentos para evitar represálias da sociedade. Sobre esse assunto, o homem disse que não fará o mesmo que o familiar.
“Eu vou honrar o meu sobrenome até o final da vida. Eu caí com esse nome e vou me levantar com ele. Estou disposto a pagar esse preço”, completou.