Nesta quarta, 7, a Justiça Federal do Amazonas concedeu liberdade provisória a Laurimar Lopes Alves, pescador conhecido como “Caboclo” e suspeito de envolvimento na ocultação dos corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. O juiz federal Fabiano Verli alegou que não via mais motivos para manter a prisão de Laurimar.
Em sua decisão, Verli cita que o pescador foi preso preventivamente com base em relatos de que faria parte de um grupo criminoso envolvido com pesca ilegal, e que uma espingarda fora encontrada em sua casa.
Porém, ele escreve:
“No caso de Laurimar, nada de novo apareceu. Ou, pelo menos, nada de novo foi acostado pelo MPF aos autos.
Essa prisão já dura algo como três meses e prisões preventivas não podem ser mantidas por longos períodos sem motivos bem fortes. Foi decretada corretamente, na urgência da hora, mas sua manutenção há de ser sempre reavaliada”.
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A decisão no juiz determinou fiança de R$ 2 mil e que o suspeito entregue seu passaporte, além de mais cinco condições:
- Comparecimento mensal à Justiça Federal de Tabatinga, à Justiça Estadual Atalaia do Norte ou Benjamin;
- Reclusão domiciliar por tempo integral, exceto por 4 horas diárias para atividades de trabalho, em caso de emergência de saúde comprovada e nos casos de saída para comprimento de deveres com a Justiça;
- Proibição de deixar o país;
- Abstenção de contato com os demais investigados ou pessoas que tenham se sentido ameaçadas por ele;
- Abstenção de uso de internet e aparelhos de telefonia.
Caboclo foi preso pela Polícia Federal no início de agosto em operação contra pesca ilegal no Vale do Javari, região onde o indigenista e o jornalista foram mortos em junho.
Três suspeitos de envolvimento nos assassinatos de Bruno e Dom permanecem presos.