O Amazonas enfrenta uma seca sem precedentes pelo segundo ano consecutivo, com as principais calhas dos rios registrando níveis mínimos históricos. Em decorrência disso, o Coletivo do Pirarucu enviou uma carta aberta a órgãos federais e suas superintendências regionais, pedindo ações urgentes para mitigar os prejuízos causados pela forte estiagem.
Trecho da carta diz:
“Essa crise não apenas desafia a resiliência das comunidades, mas também evidencia a urgência de estratégias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas para garantir o bem-estar e a dignidade das gerações atuais e a sobrevivência das gerações futuras”.
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Na carta, os representantes das organizações manejadoras, instituições de assessoria técnica e de apoio nos diversos territórios onde ocorre o manejo do pirarucu, solicitam que:
- O prazo de pesca do pirarucu e do aruanã seja prorrogado até 31 de janeiro de 2025 e que também haja a extensão do prazo para entrega do relatório técnico anual do manejo até 1º de maio de 2025;
- O manejo do pirarucu seja incluído nos programas de seguro rural do Plano Safra;
- Ações emergenciais para os pescadores afetados, incluindo auxílio extraordinário;
- Um plano de emergência climática seja construído em parceria com as lideranças, organizações manejadoras e de apoio técnico para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos na Amazônia.
O documento foi enviado aos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da Pesca e Aquicultura, e ao Ibama.
Os 62 municípios do Amazonas decretaram situação de emergência em razão da seca, que impacta diretamente 186.921 mil famílias, segundo monitoramento do Governo do Estado.
Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram que durante a seca extrema de 2023 os manejadores deixaram de pescar cerca de 30% da cota autorizada pelo órgão, ocasionando a perda de uma receita aproximada de 10 milhões de reais.
Leia o documento na íntegra aqui: Carta-aberta-manejo-do-pirarucu-na-seca-extrema_Coletivo-do-Pirarucu_2024