O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Semadetur) de Nova Olinda do Norte transportaram, na manhã desta segunda-feira (24/03), um filhote de peixe-boi para acolhimento no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que fica na zona Sul de Manaus.
O filhote é fêmea, mede cerca de um metro de comprimento, com peso de 14 quilos, e tem, aprentemente, três meses. O animal foi encontrado na Aldeia Laranjal, localizada no rio Marimari com o rio Urariá, na fronteira de Nova Olinda do Norte com Borba.

O secretário da Semadetur, Jaith Manoel, explicou que recebeu uma ligação, na noite de quinta-feira (20/03), de um morador da Aldeia Laranjal e, no dia seguinte, foi ao local acompanhado de técnicos da secretaria, onde encontraram o filhote dentro de um tanque, muito bem tratado pelos moradores da comunidade.
“Vendo que o filhote estava com a saúde boa, nós o trouxemos para Nova Olinda do Norte. Liguei para o Ipaam no mesmo dia que o peguei, e fui muito bem atendido e tudo foi muito bem articulado”, afirmou.
Conforme o médico veterinário Eduardo Marques, da Gerência de Fauna (Gfau) do Ipaam, a rapidez foi essencial para o sucesso do resgate.
“A gente sabia que, como o filhote era muito novo, ele precisava ser trazido o mais rápido possível. Então, compraram as passagens para o transporte do animal, que foi colocado em um tanque e trazido até Manaus. E o levou diretamente ao Inpa, onde ele passou a ser monitorado de perto”, explicou. A viagem de barco durou cerca de 12 horas de Nova Olinda do Norte até Manaus.
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Próximos passos do peixe-boi
O médico veterinário Antony Filho, da Ampa, detalhou o plano de cuidados para o filhote de peixe-boi, que está em boas condições de saúde. De acordo com ele, o animal passará por uma série de exames clínicos e físicos, incluindo a coleta de sangue para avaliar suas funções metabólicas.

Até os dois anos, o filhote permanecerá em uma área chamada “berçário”, onde começará o processo de desmame, deixando gradualmente o leite artificial para ser alimentado com gramíneas e verduras cultivadas no Inpa.
Após essa fase inicial, será transferido para um tanque maior, onde continuará a ser monitorado até os cinco anos. Nessa fase, será levado para uma área de semicativeiro, onde ficará por dois a três anos, sendo então avaliado para possível reintrodução à natureza.