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Por que muitas mulheres retornam ao convívio com agressores após sofrerem violência doméstica?

Estudo revela que 4 em cada 10 vítimas voltam para os agressores; casos recentes em Manaus evidenciam como medo, dependência e pressão social ainda dificultam o rompimento definitivo com a violência

Amazonas
(Foto: Reprodução)
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    24 de maio de 2025 às 11:00

    Um estudo desenvolvido pelo Mestrado em Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade La Salle, em Canoas (RS), revela dados preocupantes sobre a realidade enfrentada por mulheres em situação de violência doméstica. A pesquisa, conduzida com 152 mulheres abrigadas na “Casa Abrigo para Mulheres em Situação de Violência”, apontou que 40% delas retornaram para o convívio com seus agressores, mesmo após episódios graves de agressão.

    De acordo com a autora do estudo, a psicóloga e mestranda Josane Bairros de Souza, a decisão de voltar ao agressor não está, necessariamente, ligada à presença de transtornos mentais. “Diferente do que aponta o senso comum e até mesmo algumas pesquisas, não identificamos psicopatologias que justifiquem esse comportamento nas participantes do estudo”, afirma.

    O trabalho identificou fatores sociais como principais elementos que contribuem para a permanência ou o retorno a relações abusivas. A dependência financeira, a quantidade de filhos e a ausência de apoio familiar foram os elementos mais recorrentes entre as mulheres que optaram por retomar o relacionamento. Segundo o professor Rafael Zanin, coordenador do programa de pós-graduação e orientador da pesquisa, o envolvimento familiar tem papel crucial nesse contexto. “Quando a família da vítima tem conhecimento da violência e ainda assim não oferece apoio — ou até a critica —, a chance de retorno ao agressor aumenta consideravelmente”, explica.

    Além disso, o tempo de convivência com o parceiro e o estado civil também foram considerados fatores relevantes. A maioria das mulheres entrevistadas era casada oficialmente, o que reforça os laços sociais e legais que dificultam o rompimento definitivo da relação.


    Leia mais:

    “Não tenho interesse em ver ele preso”: Kaline Milena recua e diz que denúncia foi motivada por raiva

    Ex-assessor do Movimento Amigos do Garantido é acusado de agredir esposa em Parintins


    Casos em Manaus reacendem debate

    Dois episódios recentes em Manaus ilustram, na prática, a complexidade desse fenômeno. Em ambos os casos, as vítimas voltaram atrás após denunciarem os companheiros por agressões.

    A parteira Isabela Persilva usou as redes sociais para afirmar que “expôs negativamente” o ex-marido, o jornalista Marcos Sérgio, e que está refletindo sobre como reparar os danos causados. Ela havia feito uma denúncia de agressão, mas posteriormente declarou em carta que “ele não me espancava”.

    Já Kaline Milena, 30 anos, também recuou após denunciar Diego Damasceno de Souza, 29, por agressão. O caso, que incluía a acusação de que ele teria quebrado seus dentes, tomou outro rumo após Kaline escrever uma carta em que retirava a denúncia. Em novo relato, ela afirmou que estava emocionalmente abalada quando escreveu o documento, e que foi convencida por pessoas próximas ao agressor de que ele corria risco de vida na prisão. “Sim, eu recuei. Sim, eu escrevi aquela carta. Mas o que poucos sabem é que, naquele momento, eu estava emocionalmente esgotada, cercada por pessoas ligadas a ele”, afirmou.

    Isabela Persilva e Kaline Milena. (FOTO: Reprodução)

    Esses casos reforçam a conclusão da pesquisa da Universidade La Salle, ao evidenciar que o medo, o desgaste emocional e a pressão social são determinantes importantes no comportamento de vítimas de violência doméstica.

    O que impede o retorno ao agressor?

    A pesquisa identificou ainda os principais fatores que contribuem para o rompimento definitivo com os agressores. As mulheres que não retornaram aos companheiros tinham três características em comum: registro formal de ocorrência policial, vínculo empregatício com carteira assinada ou acesso a benefícios governamentais, e maior nível de escolaridade.

    “Esses fatores funcionam como mecanismos de proteção que fortalecem a autonomia das vítimas e reduzem a dependência emocional e econômica”, explica Josane.

    Panorama no Amazonas e no Brasil

    Dados da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) mostram que o Amazonas registrou aumento de 17% nos atendimentos em 2024: foram 16.451 ligações, contra 14.051 no ano anterior. As denúncias também cresceram 23,7%, saltando de 2.119 em 2023 para 2.622 neste ano. O lar continua sendo o principal cenário das agressões, com 1.085 casos ocorrendo na residência da vítima e 990 em locais compartilhados com o agressor.

    A faixa etária com mais registros de violência no estado é a de mulheres entre 30 e 34 anos, e as principais vítimas são mulheres pardas e pretas. Os principais agressores seguem sendo os cônjuges ou ex-cônjuges.

    No âmbito nacional, dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam que, entre 2015 e 2024, foram registradas 11.650 ocorrências de feminicídio e mais de 29 mil casos de homicídio doloso e lesão corporal seguidos de morte de mulheres. Apenas em 2024, uma mulher foi vítima de violência a cada 24 horas, segundo a pesquisa Elas Vivem.

    Caminhos possíveis

    Além da proteção jurídica e do atendimento psicológico, especialistas reforçam a importância de políticas públicas que garantam autonomia financeira para as vítimas. “A pesquisa mostra que o apoio social concreto, como emprego formal ou benefícios que assegurem renda mínima, são elementos fundamentais para quebrar o ciclo da violência”, conclui Josane.

    Como denunciar

    Casos de violência podem ser denunciados pelo Ligue 180 — canal gratuito e disponível 24 horas por dia, em todo o território nacional. Também é possível acionar a Polícia Militar pelo 190 ou, ainda, utilizar o atendimento via WhatsApp pelo número (61) 9610-0180.

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    Um estudo desenvolvido pelo Mestrado em Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade La Salle, em Canoas (RS), revela dados preocupantes sobre a realidade enfrentada por mulheres em situação de violência doméstica. A pesquisa, conduzida com 152 mulheres abrigadas na “Casa Abrigo para Mulheres em Situação de Violência”, apontou que 40% delas retornaram para o convívio com seus agressores, mesmo após episódios graves de agressão.

    De acordo com a autora do estudo, a psicóloga e mestranda Josane Bairros de Souza, a decisão de voltar ao agressor não está, necessariamente, ligada à presença de transtornos mentais. “Diferente do que aponta o senso comum e até mesmo algumas pesquisas, não identificamos psicopatologias que justifiquem esse comportamento nas participantes do estudo”, afirma.

    O trabalho identificou fatores sociais como principais elementos que contribuem para a permanência ou o retorno a relações abusivas. A dependência financeira, a quantidade de filhos e a ausência de apoio familiar foram os elementos mais recorrentes entre as mulheres que optaram por retomar o relacionamento. Segundo o professor Rafael Zanin, coordenador do programa de pós-graduação e orientador da pesquisa, o envolvimento familiar tem papel crucial nesse contexto. “Quando a família da vítima tem conhecimento da violência e ainda assim não oferece apoio — ou até a critica —, a chance de retorno ao agressor aumenta consideravelmente”, explica.

    Além disso, o tempo de convivência com o parceiro e o estado civil também foram considerados fatores relevantes. A maioria das mulheres entrevistadas era casada oficialmente, o que reforça os laços sociais e legais que dificultam o rompimento definitivo da relação.


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    A parteira Isabela Persilva usou as redes sociais para afirmar que “expôs negativamente” o ex-marido, o jornalista Marcos Sérgio, e que está refletindo sobre como reparar os danos causados. Ela havia feito uma denúncia de agressão, mas posteriormente declarou em carta que “ele não me espancava”.

    Já Kaline Milena, 30 anos, também recuou após denunciar Diego Damasceno de Souza, 29, por agressão. O caso, que incluía a acusação de que ele teria quebrado seus dentes, tomou outro rumo após Kaline escrever uma carta em que retirava a denúncia. Em novo relato, ela afirmou que estava emocionalmente abalada quando escreveu o documento, e que foi convencida por pessoas próximas ao agressor de que ele corria risco de vida na prisão. “Sim, eu recuei. Sim, eu escrevi aquela carta. Mas o que poucos sabem é que, naquele momento, eu estava emocionalmente esgotada, cercada por pessoas ligadas a ele”, afirmou.

    Isabela Persilva e Kaline Milena. (FOTO: Reprodução)

    Esses casos reforçam a conclusão da pesquisa da Universidade La Salle, ao evidenciar que o medo, o desgaste emocional e a pressão social são determinantes importantes no comportamento de vítimas de violência doméstica.

    O que impede o retorno ao agressor?

    A pesquisa identificou ainda os principais fatores que contribuem para o rompimento definitivo com os agressores. As mulheres que não retornaram aos companheiros tinham três características em comum: registro formal de ocorrência policial, vínculo empregatício com carteira assinada ou acesso a benefícios governamentais, e maior nível de escolaridade.

    “Esses fatores funcionam como mecanismos de proteção que fortalecem a autonomia das vítimas e reduzem a dependência emocional e econômica”, explica Josane.

    Panorama no Amazonas e no Brasil

    Dados da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) mostram que o Amazonas registrou aumento de 17% nos atendimentos em 2024: foram 16.451 ligações, contra 14.051 no ano anterior. As denúncias também cresceram 23,7%, saltando de 2.119 em 2023 para 2.622 neste ano. O lar continua sendo o principal cenário das agressões, com 1.085 casos ocorrendo na residência da vítima e 990 em locais compartilhados com o agressor.

    A faixa etária com mais registros de violência no estado é a de mulheres entre 30 e 34 anos, e as principais vítimas são mulheres pardas e pretas. Os principais agressores seguem sendo os cônjuges ou ex-cônjuges.

    No âmbito nacional, dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam que, entre 2015 e 2024, foram registradas 11.650 ocorrências de feminicídio e mais de 29 mil casos de homicídio doloso e lesão corporal seguidos de morte de mulheres. Apenas em 2024, uma mulher foi vítima de violência a cada 24 horas, segundo a pesquisa Elas Vivem.

    Caminhos possíveis

    Além da proteção jurídica e do atendimento psicológico, especialistas reforçam a importância de políticas públicas que garantam autonomia financeira para as vítimas. “A pesquisa mostra que o apoio social concreto, como emprego formal ou benefícios que assegurem renda mínima, são elementos fundamentais para quebrar o ciclo da violência”, conclui Josane.

    Como denunciar

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