Um filhote de peixe-boi resgatado na Comunidade do Redondo, em Urucará (261 km de Manaus), foi transportado nesta quinta-feira (6/3) pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para acolhimento no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O animal foi encontrado pela Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Urucará, que acionou o Ipaam para garantir os cuidados necessários.
Batizado de Redondinho pela comunidade, o filhote passou pela sede do órgão estadual antes de ser encaminhado ao Inpa, onde ficará sob os cuidados da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa).

Possibilidade de Reintrodução na Natureza
De acordo com Gustavo Picanço, diretor-presidente do Ipaam, o filhote mede 1,10 metro, pesa 22 quilos e é do sexo masculino. Segundo os técnicos da Gerência de Fauna (GFAU), ele apresenta boas condições de saúde, o que aumenta as chances de ser reintroduzido em seu habitat natural após o tratamento adequado.
“A parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Urucará, o Ipaam, o Inpa e a Ampa foi essencial para garantir o acolhimento e os cuidados necessários ao filhote. Nosso objetivo é que ele se recupere plenamente e possa voltar à natureza”, afirmou Picanço.
Etapas do Processo de Reabilitação
Segundo a bióloga e educadora ambiental da Ampa, Renata Almeida, o filhote passará por um monitoramento rigoroso, com atenção à sua saúde, nutrição e adaptação ao novo ambiente.
Nos primeiros meses, ele será alimentado com uma fórmula especial desenvolvida pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa, que imita o leite materno do peixe-boi e contém todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Aos poucos, a dieta será modificada, substituindo o leite por vegetais.
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Inicialmente, Redondinho ficará nas piscinas do Inpa e, à medida que crescer, será transferido para tanques de exposição, onde poderá ser visitado. Antes da soltura definitiva, ele passará por uma fase de semi cativeiro, sendo colocado em lagos de piscicultura para adaptação ao ambiente natural.

“Essa etapa pode durar de seis meses a um ano. Durante esse período, monitoramos sua capacidade de encontrar alimento sozinho e se defender. Quando identificamos que ele está preparado, ele pode ser solto na natureza”, explicou Renata Almeida.
Orientações para o Resgate de Animais Silvestres
A bióloga Viviane Pavanely, técnica da GFAU, ressaltou que o Ipaam é responsável pelo resgate de animais silvestres, que geralmente são encaminhados ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), do Ibama. Quando possível, o instituto também realiza a soltura dos animais resgatados em seu habitat natural.
Viviane destacou a importância de evitar o manuseio inadequado de animais silvestres, pois isso pode ser prejudicial tanto para os animais quanto para os humanos.
“Caso alguém encontre um animal silvestre em situação de risco, a orientação é entrar em contato com o Ipaam, para que a equipe especializada avalie a situação e tome as medidas adequadas”, alertou a bióloga.