A casa do prefeito de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus), Lúcio Flávio do Rosário (PSD), foi invadida e depredada no final da tarde desta quarta-feira (06/03) de protestos. O hospital do município também foi alvo de vandalismo.
Segundo informações obtidas pela Rede Onda Digital com uma fonte policial, os manifestantes agiram sob indignação após o prefeito negar ajuda para familiares de um bebê, que morreu depois do parto, na manhã de domingo (03/03) no Hospital Regional Dr. Hamilton Maia.
A mãe do bebê, de 17 anos, deu entrada na unidade hospitalar com perda de líquido. O trabalho de parto ocorreu à noite e foi recomendado cesariana, contudo, o recém-nascido apresentou complicações e precisou ser transferido para Manaus, com urgência.
Entretanto, a UTI aérea de emergência só foi autorizada na segunda-feira (04/03), e a criança teve piora no quadro clínico e acabou falecendo antes de chegar ao destino.
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Os familiares do natimorto atribuíram o episódio por negligência por parte da equipe médica, com erros no atendimento, atrasos nos diagnósticos e tratamentos adequados.
O caso se agravou após avó ser humilhada pelo prefeito, Lúcio Flávio, durante uma reunião. A avó afirmou que, em vez de apoio e esclarecimentos sobre a morte prematura do bebê, foi destratada pelo gestor municipal, que também negou avião para o translado do corpo da capital para o município.
Conforme apurou a Rede Onda Digital, duas mulheres e um homem foram presos, e um adolescente foi apreendido. O caso será investigado pela 72ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Manicoré.
Nota da Secretaria
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Município de Manicoré explicou as circunstâncias da morte da criança e a conduta do hospital. No esclarecimento, o hospital alega que a mãe chegou no domingo (03/03), com perda de líquido, mas sem estar em trabalho de parto, o que ocorreu apenas de noite, e que desde então foi acompanha pela equipe médica.
“A genitora (mãe) do RN deu entrada às 11 horas do dia 03/02/2024 no Hospital Hamilton Maia Cidade, com perda de líquido, aproximadamente, desde às 7 horas daquele mesmo dia. Assim, foi atendida e avaliada, porém constatou-se que ainda não estava em trabalho de parto. Seguindo, na ocasião foi realizada USG com Doppler de umbilical que constatou parâmetros normais do feto. Dessa forma, achou-se melhor deixá-la internada para acompanhar a evolução do parto, que ocorreu de forma rápida, eis que se deu a partir das 20:45/horas.”
Ainda segundo a nota, foi recomendado o parto cesáreo, e o bebê nasceu com algumas complicações. Após a situação ser estabilizada, foi solicitado que fosse feita a transferência do bebê para a capital.
“Foi recomendado pelo médico uma cesariana, a qual foi realizada da melhor forma e não houve intercorrências. No entanto, o RN nasceu com algumas complicações. Assim, após os adequados trabalhos médicos, conseguiu-se estabilizá-lo, em seguida, solicitou-se UTI aérea de emergência, a qual foi aceita, eis que foi respondido que viria pela manhã do dia 04/03/2024”, relatou a secretaria.
A nota reforça que, o recém-nascido voltou a apresentar pioras durante o tempo em que ficou no hospital, e que mesmo após tentativas de estabilização, teve uma piora no quadro. Conforme a nota de esclarecimento, durante o trajeto para a capital, a criança apresentou padrões de instabilidade e não conseguiu chegar até o destino.