Encenada desde 2021, a história de cinco crianças insones que tiveram seus sonhos ‘roubados’ segue aclamada pelo público e pela crítica. Em meio a turnê por diversas cidades do Brasil e até mesmo por países vizinhos, o espetáculo infantojuvenil “Cabelos Arrepiados” – produzido pela companhia amazonense Buia Teatro – foi o grande vencedor da Mostra Competitiva Jurupari durante a 18ª edição do Festival de Teatro da Amazônia (FTA).
Criada a partir da perspectiva das crianças, a opereta conquistou nove dos dez prêmios para os quais estava indicada na categoria “Teatro para Infâncias”: Melhor Visagismo; Melhor Design de Som; Melhor Figurino; Melhor Cenário; Melhor Iluminação; Melhor Direção; Melhor Atuação de Atriz ou Artista Não-Binárie (premiando Maria Hagge); Melhor Atuação de Ator ou Artista Não-Binárie (premiando Roque Baroque); e Melhor Espetáculo.
Os prêmios se somam a lista de conquistas do coletivo independente da região Norte ao longo de 2024, especialmente com a montagem “Cabelos Arrepiados”. Somente neste mês de outubro, o espetáculo integrou a programação do 12º Festival Internacional de Teatro de Córdoba para a Infância e Juventude (sendo o representante do Brasil na edição, ao lado de companhias argentinas e de outros cinco países) e segue agora, a partir do dia 27, para uma série de seis apresentações em Recife (PE) pelo projeto Caixa Cultural.
Diretor da opereta e fundador da Cia Buia Teatro (em parceria com a atriz, figurinista e artista visual Maria Hagge), o artista Tércio Silva pontua que já era uma honra ver “Cabelos Arrepiados” na lista de selecionados para o FTA – realizado pela Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), com apoio da Weg e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Governo do Amazonas –, então foi uma emoção ainda maior conquistar os nove prêmios.
“É uma alegria muito grande ver o trabalho do Buia Teatro sendo reconhecido. Ano passado, fomos indicados com ‘Bertoldo – O Tubarão que queria ser gente’, espetáculo que mergulha nas riquezas da infância, e conquistamos o prêmio de Melhor Ator. Agora vemos ‘Cabelos Arrepiados’ garantir nove prêmios durante a edição deste tradicional festival. Isso dá um gás para seguirmos firmes nesse ofício que tanto amamos, mesmo frente a todas as dificuldades”, enfatiza.
Segundo Tércio, além de ser gratificante ver o reconhecimento local ao trabalho da companhia, é muito bom saber do interesse de outras regiões em conhecer o teatro produzido no Norte do Brasil.
“Ficamos felizes a cada oportunidade que surge de mostrar nossa qualidade técnica e artística. Agora, seguimos para a capital pernambucana para realizar mais uma troca e itinerância de 27 de outubro a 03 de novembro. Nossa companhia se fortalece a cada circulação dos nossos espetáculos”, observa.
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Cabelos Arrepiados
Criada pelo Buia Teatro com texto da dramaturga carioca Karen Acioly, a peça já marcou presença em diversos estados brasileiros neste ano, especialmente agora que compõe a 26ª edição do Palco Giratório, um dos mais consolidados festivais culturais do país, criado e realizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), que alcançará 80 cidades brasileiras até dezembro.
Com músicas originais compostas pelo talentoso amazonense Jeferson Mariano, um palco giratório inspirado no universo da patafísica (ciência das soluções imaginárias) de Alfred Jerry e formas animadas criadas pelos artistas Cleyton Diir e Dante, a opereta mistura fantasia, perigos reais e hipotéticos, humor e soluções inusitadas, compreendendo as vivências de crianças na sociedade contemporânea.
Na história, os pequenos são privados de sono e enfrentam os medos gerados pelos maus pensamentos, ao mesmo tempo em que refletem sobre amizade, união fraternal, diálogo com os pais e os perigos da destruição do meio ambiente e do consumo desenfreado.