“Indulto é golpismo de marcha ré”, diz Alckmin ao criticar proposta de anistia

(Foto: Cadu Gomes/VPR)
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), criticou nessa sexta-feira (5), em São Paulo, a proposta de anistiar condenados pela tentativa de golpe de Estado e pelos atos de 8 de janeiro. “Indulto é golpismo de marcha ré”, declarou, ao participar do leilão do túnel Santos-Guarujá.
Alckmin reforçou que a democracia está na essência do povo brasileiro e citou a participação do país na luta contra o nazismo e o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo ele, a liberdade e a democracia são valores que promovem inclusão e devem ser preservados.
No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a polarização faz parte da política, mas alertou para os riscos do autoritarismo. “Quando a polarização é de tipo autoritário, em que se pensa em eliminar o adversário, essa é a polarização que ninguém quer”, disse.
Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou ser contrário à tramitação de projetos de anistia no Congresso e defendeu prioridade para pautas econômicas, como a reforma administrativa e mudanças no imposto de renda.
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Diferentemente das autoridades federais, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), evitou responder sobre o tema. Questionado, limitou-se a falar sobre o leilão. Tarcísio já declarou em outras ocasiões que concederia indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, caso fosse eleito presidente.
Apesar das divergências políticas, o leilão do túnel Santos-Guarujá foi celebrado como uma parceria entre União e Estado. Vencido pelo grupo português Mota-Engil, o projeto prevê investimento de R$ 6,8 bilhões, com aporte público de até R$ 5,14 bilhões, dividido entre os dois governos. Para Haddad, a obra simboliza a importância da cooperação política.
