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Fala de viúvo de Giovana é interrompida por vereadores incomodados com termo “ratos”

Fala de viúvo de Giovana é interrompida por vereadores incomodados com termo “ratos”

João Vitor, viúvo da biomédica Giovana Aquino, morta grávida de oito meses após cair com a moto em um buraco na avenida Djalma Batista, teve voz nesta terça-feira (12/08) na Câmara Municipal de Manaus (CMM) após ter sido impedido na semana passada.

O vereador Coronel Rosses (PL) foi quem concedeu o tempo de fala na tribuna para João Vitor.

“Alguns vereadores deturparam o conceito dessa Casa, de Casa do Povo, a mando o Prefeito. Eu vi a minha família sendo humilhada ali em cima, enquanto alguns vereadores se comportaram igual ratos, apagaram as luzes, apagaram o painel e saíram no silêncio, na surdina e deixaram a gente ali, aos prantos”, declarou João.

O pronunciamento do viúvo foi logo interrompido pelo vereador Eduardo Alfaia (Avante) que repudiou o termo “ratos” utilizado por João.

“Eu não posso aceitar, não posso compactuar, primeiro com uma infração. Com todo o respeito a fala do senhor e a sua dor. Mas o senhor não tem o direito de vir aqui a essa casa chamar os vereadores de ratos. Não cabe essa fala. Eu não encaixo nesse título, se alguns aqui aceitam, esse vereador que vos fala não aceitará essa rotulação. Eu não aceitaria essa rotulação, com todo o respeito que tenho a sua dor a esse momento lamento muito. Eu tenho, inclusive, tenho a humildade de pedir desculpa, se houve alguma falha que da nossa parte”, disparou Alfaia.

Por sua vez, o Gilmar Nascimento (Avante), também se pronunciou sobre o ocorrido, criticando a atitude de Rosses que, segundo ele, trouxe a família da vítima novamente sem avisar aos colegas.

“Senhor presidente, o senhor Rosses não pode fazer o que quer nesta Casa. Existe um regimento, ele não pode trazer alguém aqui para falar e colocar porque não é assim que funciona, e uma pessoa vem com todo o sofrimento que a pessoa está passando, mas não pode pegar o regimento e rasgar ele. O Rosses sabe que ele pode ir para a tribuna popular, ele pode fazer o requerimento, mas ele trouxe toda a família sem falar nada para ninguém na semana passada. E ele faz de novo hoje a mesma coisa, sem avisar, e a pessoa chega aqui e simplesmente esculhamba todos os vereadores dessa casa”, disparou Nascimento.


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Rosses ainda chegou a se desculpar pelo termo dito por João, que aguardou o término da discussão dos parlamentares para seguir com seu pronunciamento.

“A fala está comigo, eu já até solicitei a ele que maneirasse em relação a fala dirigida a essa Casa, mas a palavra está comigo e ela foi cedida pelo presidente da casa para que o pai que aqui está fale, e em seguida eu abrirei aqui espaço para quem quiser fazer a última palavra”, destacou.

Raulzinho, que presidiu a sessão, colocou um fim em toda a discussão.

“Claro que a gente respeita todo o momento de qualquer cidadão dessa cidade. Peço até que tirem do cartográfico (a palavra rato) da Câmara, porque isso não pode. A gente respeita a dor, mas eu tenho certeza que esse, o cidadão em questão, ele não conhece cada um vereador desta casa, para acusar os vereadores desta casa ou chamar de tal nome. Então, a gente não permitirá, a sua palavra não será aceitada, mas oriente. Tenho certeza que a Vossa Excelência (Coronel Rosses) deve ter orientado, mas pelo calor da emoção, mas a gente vai pedir para tirar dos anais desta casa as palavras do cidadão e a gente vai devolver a palavra, quero deixar claro que foi através de uma conversa com o presidente David que ele autorizou a trazer o cidadão no dia de hoje”, pontuou.

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